Brasil

Blatter reclama da ausência de Dilma no Maracanã

Fifa mandou carta ao Palácio do Planalto para se queixar da ausência da presidente na final da Copa das Confederações


	Final da Copa das Confederações, no Maracanã: Fifa não engoliu a ausência de Dilma Rousseff no estádio durante a final
 (Getty Images)

Final da Copa das Confederações, no Maracanã: Fifa não engoliu a ausência de Dilma Rousseff no estádio durante a final (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2013 às 15h25.

Zurique - A Fifa não engoliu a ausência da presidente Dilma Rousseff na final da Copa das Confederações, no dia 30 de junho, no Maracanã, e mandou carta ao Palácio do Planalto para se queixar. Mas, quase dois meses depois do evento, nem sequer recebeu uma resposta. A informação é do presidente da entidade, o suíço Joseph Blatter, que assinou a carta e agora revela o mal-estar.

Blatter concedeu, para o jornal O Estado de S. Paulo, a sua primeira entrevista a um meio de comunicação do Brasil desde o fim da conturbada Copa das Confederações, quando deixou o País diante dos protestos nas ruas.

Ele não escondeu a insatisfação com a ausência de Dilma na final entre Brasil e Espanha. A presidente havia sido vaiada na abertura da Copa das Confederações, na tribuna do Estádio Nacional de Brasília, e optou por não enfrentar o público novamente. Mas, para a Fifa, a atitude foi de desrespeito.

"Eu escrevi a ela depois da Copa das Confederações. Na carta, expressei que estávamos insatisfeitos com o fato de que ela não esteve na final. Eu tinha que dizer isso a ela. Mas não recebi nenhuma resposta", contou Blatter, ao comentar sobre a ausência de Dilma na decisão do dia 30 de junho.

O presidente da Fifa também comentou sobre as manifestações que tomaram as ruas do Brasil durante a Copa das Confederações, com protestos, inclusive, contra os gastos públicos no evento. E disse acreditar que a enorme procura por ingressos - foram mais de 2,3 milhões de pedidos de compra nas primeiras 24 horas - é um sinal de que o Mundial de 2014 será um sucesso.

"Quando tivemos a Copa das Confederações com os distúrbios sociais, mas com muito bom futebol, tivemos vozes pelo mundo dizendo que, no ano que vem, será um problema para o Brasil, porque ninguém irá querer ir ao país. As coisas não estarão funcionando e existem protestos. Portanto, será uma Copa com problemas. Mas aí começamos a venda de ingressos e isso tudo é uma grande besteira. Essa é a Copa do Mundo. Todos querem ir à Copa, e porque o futebol é o esporte mais popular do planeta. Em segundo lugar, é a Copa do Mundo no Brasil, o país do futebol. As pessoas querem estar lá. É a confirmação da popularidade do Brasil, do futebol. Mas é também um recado de confiança para a organização. E não estou falando na organização do futebol, mas na organização política. É um apelo muito claro: estamos chegando, mas garanta que a Copa seja um sucesso. Mas estou certo de que o Brasil vai cumprir", afirmou Blatter.

Sobre a infraestrutura brasileira para receber a Copa, Blatter mostrou confiança, mas também fez cobranças. "Os 12 estádios estarão prontos no final do ano. Não há dúvidas. Mas o problema é ainda as redondezas do estádio, os estacionamentos, o acesso ao estádio para a população, as ruas, hotéis. Esses são os problemas que terão de enfrentar. Mas o País tem tempo para fazer isso. E os aeroportos. Eles precisam de aeroportos porque não há tantos hotéis e terá de haver muito transporte aéreo", explicou.

Acompanhe tudo sobre:Copa das ConfederaçõesDilma RousseffEsportesEstádiosFifaFutebolJoseph BlatterMaracanãPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas