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Beto Richa pegou propina de RS 2,7 milhões, diz procuradoria

Segundo o Ministério Público Federal, as propinas pagas ao ex-governador do Paraná seriam provenientes de concessionárias de pedágio no estado

Beto Richa, o ex-governador do Paraná (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Beto Richa, o ex-governador do Paraná (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de janeiro de 2019 às 11h25.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2019 às 13h09.

São Paulo e Curitiba - A força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal (MPF) no Paraná, responsável pelo pedido que levou à prisão preventiva de Beto Richa (PSDB) nesta sexta-feira, 25, acusa o ex-governador de ser o beneficiário de pelo menos R$ 2,7 milhões em propinas pagas por concessionárias de pedágio no Estado. Os pagamentos teriam sido realizados em espécie.

Os procuradores apontam a existência de evidências de que, do montante total, R$ 142 mil foram lavados por meio de depósitos feitos para a Ocaporã Administradora de Bens. A acusação é que, apesar de estar no nome da esposa e dos filhos de Richa, a empresa era controlada pelo ex-governador.

A maior parte dos recursos, cerca de R$ 2,6 milhões, teriam sido lavados por Richa por meio da compra de imóveis com a ajuda do contador Dirceu Pupo Ferreira, que também teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Paulo Sérgio Ribeiro nesta sexta.

De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, os bens foram comprados com propinas e colocados em nome da Ocaporã. Pupo, segundo a acusação, pedia que os vendedores dos imóveis lavrassem escrituras por um valor abaixo do montante real. A diferença, era paga em espécie. Emails apreendidos na investigação comprovariam que Richa tinha a última palavra nas negociações.

Os procuradores identificaram pelo menos três imóveis pagos em espécie por Pupo.

Um deles é um apartamento em Balneário Camboriu, Santa Catarina, adquirido adquirido oficialmente por R$ 300 mil, mas que o vendedor reconheceu ter recebido outros R$ 300 mil "por fora".

Outro imóvel, um terreno de luxo em Curitiba avaliado em R$ 1,9 milhão, teve a aquisição declarada por R$ 500 mil, correspondentes a uma suposta permuta com outros dois lotes. O vendedor reconheceu que Pupo pagou R$ 930 mil por fora. O mesmo terreno foi vendido por R$ 3,2 milhões pela família Richa.

A terceira transação foi identificada na compra de conjuntos comerciais também em Curitiba na qual, segundo o corretor que intermediou o negócio, contou com o pagamento de R$ 1,4 milhão não declarados.

Beto Richa também é investigado na operação Radiopatrulha, que o levou para prisão por quatro dias e vasculhou a casa de sua mãe em 2018.

A reportagem busca contato com Beto Richa, Dirceu Pupo Ferreira e os demais citados. O espaço está aberto para manifestação.

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