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Beto Albuquerque recusa cargo para fazer oposição a Dilma

"Quero continuar o protagonismo nacional no PSB. Como dirigente do partido tenho o dever de cobrar as promessas e das mentiras de Dilma", revelou o deputado


	Beto Albuquerque: em Brasília, Beto fará a interlocução com bancadas do PSB
 (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Beto Albuquerque: em Brasília, Beto fará a interlocução com bancadas do PSB (Fernando Frazão/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2014 às 16h01.

Porto Alegre - O deputado federal Beto Albuquerque (PSB), que estará sem mandato a partir de janeiro, afirmou nesta segunda-feira, 8, que não aceitou convite para integrar o governo de José Ivo Sartori (PMDB) no Rio Grande do Sul porque seu objetivo é fazer oposição à presidente Dilma Rousseff em Brasília.

"Quero continuar o protagonismo nacional no PSB. Como dirigente do partido tenho o dever de cobrar as promessas e das mentiras de Dilma", revelou em coletiva de imprensa na capital gaúcha.

Beto, que é presidente estadual do PSB e vice-presidente nacional, disse que vinha fazendo uma "reflexão" com as lideranças da legenda para definir seu futuro político após 24 anos como deputado.

Ele reconheceu que ser candidato a vice na chapa de Marina Silva (PSB) foi uma experiência honrada e gratificante, mas lhe deixou poucas opções de escolha passadas as eleições.

Segundo o deputado, Sartori insistiu para que ele ocupasse uma secretaria no Palácio Piratini, mas entendeu a decisão de priorizar a atuação política em âmbito nacional.

"Depois de tudo o que aconteceu no ano de 2014, deixar de fazer oposição, que é meu papel como derrotado nas eleições, seria uma incompreensão. E como secretário de Sartori seria impossível fazer isso", explicou.

"Serei literalmente um soldado do partido em nível nacional. Não vamos deixar que o governo divida o PSB, que é o está tentando fazer", falou, acrescentando que, agora, as "mentiras ditas pelo PT na campanha" estão começando a ser contrariadas pelos fatos.

Ele criticou a manobra feita pelo governo junto ao Congresso para alterar a Lei de Diretrizes Orçamentárias e flexibilizar o cumprimento da meta fiscal e disse que a indicação da nova equipe de Dilma fere os princípios defendidos historicamente pelos petistas.

"Não acho que seja de esquerda governar com Armando Monteiro no Ministério do Desenvolvimento e com (Joaquim) Levy na Fazenda."

Beto ponderou que, independentemente de sua atuação em Brasília, o PSB estará presente na administração de Sartori no Rio Grande do Sul, e já indicou cinco nomes para diferentes áreas. A expectativa é que o futuro governador gaúcho reserve três secretarias para o partido aliado.

Em Brasília, Beto fará a interlocução com bancadas do PSB.

"Vamos manter diálogo permanente com nossos 34 deputados e seis senadores em todos os temas que a partir de 2015 envolverem os interesses do governo e da sociedade. Vamos julgar com as bancadas as deliberações e decisões que tomaremos", disse.

"O que for bom para a sociedade terá nosso apoio, e o que entendermos que não é bom para a sociedade brasileira e que o governo venha a propor, seremos contrários."

O parlamentar gaúcho disse que o PSB ficará "no pé" do governo Dilma Rousseff neste segundo mandato e sinalizou que o partido tentará evitar um possível aumento de impostos.

"Estão querendo instaurar a CPMF e não contarão com nosso apoio, pois já dizíamos na eleição que éramos contrários ao aumento da carga tributária", afirmou.

"Carga tributária se aumenta pela incompetência dos governos. Governo bom, sério e capaz diminui a carga tributária fazendo gestão."

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