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Bernardo defende mínimo de R$ 540, mas decisão será de Lula

Sindicalistas apresentaram proposta de R$ 580 já a partir de janeiro de 2011

Paulo Bernardo, ministro do Planejamento: "temos um problema, no ano passado não tivemos crescimento" (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Paulo Bernardo, ministro do Planejamento: "temos um problema, no ano passado não tivemos crescimento" (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2010 às 15h49.

São Paulo - Após reunião com as centrais sindicais, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, voltou a defender o valor de 540 reais para o salário mínimo, mas disse que o governo está fazendo contas e que a decisão final caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depois de consultar a presidente eleita Dilma Rousseff.

Os sindicalistas apresentaram durante o encontro a proposta de elevar o mínimo para 580 a partir de janeiro de 2011. Hoje o salário mínimo é de 510 reais.

"Temos um problema, no ano passado não tivemos crescimento econômico. O pessoal acha ruim ano sem reajuste real", disse Bernardo a jornalistas após o encontro.

A política de reajuste do mínimo prevê reposição da inflação do ano anterior mais a variação do Produto Interno Bruto de dois anos antes. O acordo, existente desde 2006, gerou um impasse agora, por conta do crescimento negativo da economia em 2009, resultado da crise financeira global.

Com isso, o mínimo teria reajuste de cerca de 5 por cento resultante da inflação, chegando, em números já arredondados, em 540 reais. Bernardo considera a regra vigente "exitosa", pois segundo ele concedeu aumento real de 60 por cento no salário mínimo, e pretende manter o critério.

"Se houver desejo de inflexão, nós estamos fazendo as contas, e a decisão é do presidente", disse Bernardo, acrescentando que Lula irá consultar Dilma sobre a definição.

O problema de um reajuste maior do mínimo é o impacto que essa elevação teria nas contas da Previdência, já que 18 milhões de pessoas recebem o benefício pelo INSS.

As centrais argumentam, por outro lado, que um reajuste maior beneficiaria, no total, mais de 40 milhões que recebem o mínimo dentro e fora da Previdência.

"A grande maioria das categorias profissionais teve reajuste acima da inflação", disse Artur Henrique da Silva, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que participou do encontro ao lado de representantes de outras cinco centrais.

A próxima reunião dos sindicalistas com o governo deve acontecer na terça ou quarta-feira da semana que vem em Brasília.

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