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Bem brasileiro, tatu-bola enfrenta resistência no país

Animal foi escolhido por ter "bola" no nome e só existir no Brasil, mas como mascote tem enfrentado protestos e críticas


	Mascote Fuleco: nome gerou críticas, enquanto vândalos furaram boneco em Brasília e estátua foi destruída em Porto Alegre
 (Fotomontagem/Abr)

Mascote Fuleco: nome gerou críticas, enquanto vândalos furaram boneco em Brasília e estátua foi destruída em Porto Alegre (Fotomontagem/Abr)

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Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2012 às 16h37.

Rio de Janeiro – Entre as 11 espécies de tatu e outras milhares de espécies animais que existem no Brasil, o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), que pesa 1,5 quilo e mede, no máximo, 50 centímetros, foi o escolhido para representar a fauna e a cultura brasileiras na Copa do Mundo de 2014, com jogos previstos em 12 cidades brasileiras.

A campanha para transformá-lo em mascote partiu da Associação Caatinga, organização não governamental voltada para a preservação do bioma Caatinga, que viu na Copa do Mundo uma oportunidade para salvar o tatu-bola da extinção.

“A ideia surgiu não só por ser uma espécie nativa e ameaçada, mas também por ele ter a peculiaridade de, quando ameaçado, se fechar em bola. Além disso, ele é uma espécie exclusivamente brasileira”, disse o secretário executivo da associação, Rodrigo Castro.

No passado, o animal podia ser encontrado em vasta áreas da Caatinga e do Cerrado brasileiros, mas com a pressão da caça e, principalmente, com a destruição de grandes porções desses biomas, o tatu-bola ficou restrito a áreas isoladas dos estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, da Paraíba, Bahia, de Pernambuco, Goiás e do Tocantins.

Se antes a carne do mamífero integrava o cardápio de muitos moradores desses estados, pela abundância e pela facilidade de capturar o animal (já que ele não cava buracos e seu mecanismo de defesa é virar uma bola), hoje isso não ocorre mais. O mamífero ainda é caçado para a alimentação, mas encontrá o animal ficou muito mais difícil, de acordo com Castro.

Escolhido pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), o animal de coloração amarronzada virou um mascote colorido de verde, amarelo, azul e branco, com uma bola de futebol na mão. Desde a escolha do símbolo da Copa, porém, a população tem promovido manifestações de protesto.

Em outubro deste ano, o imenso boneco de plástico exibido na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, foi atacado e furado com facas por vândalos, uma semana depois de uma estátua do mascote ter sido destruída durante protesto em Porto Alegre.

A escolha do nome, Fuleco, também gerou polêmica. Depois de uma votação popular pela internet, o público escolheu o nome entre três opções (as outras eram Amijubi e Zuzeco). Nas redes sociais, usuários protestaram contra o nome (que é uma mistura de “futebol” e “ecologia”), por considerarem feio.

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