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Belo Horizonte registra primeira morte por febre amarela

A primeira morte pela doença na capital mineira ocorre em um momento em que o ritmo de transmissão da doença vem diminuindo no estado

Febre amarela: em área urbana, o vetor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue, zika e chikungunya (foto/Reuters)

Febre amarela: em área urbana, o vetor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue, zika e chikungunya (foto/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 23 de maio de 2017 às 21h08.

Belo Horizonte registrou a primeira morte por febre amarela no atual surto da doença. A vítima é um homem de 79 anos, que morreu na semana passada. A informação foi divulgada hoje (23) pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

De acordo com o órgão, o idoso foi infectado durante uma viagem a Mato Grosso.

A primeira morte por febre amarela na capital mineira ocorre em um momento em que o ritmo de transmissão da doença vem diminuindo no estado.

De acordo com o último boletim da SES-MG, divulgado no dia 26 de abril, foram confirmadas 151 mortes em Minas e 24 estão em investigação. Ao todo, os municípios mineiros contabilizam 1.139 notificações para a doença, sendo que 427 casos foram confirmados, 554 descartados e os 158 restantes ainda estão em análise.

O boletim do dia 26 de abril trouxe apenas nove notificações a mais do que o registrado nas duas semanas anteriores. Entre os levantamentos dos dias 19 e 12 de abril, a transmissão da febre amarela em Minas Gerais se mostrou estável. Em ambas as datas, o número de notificações se manteve em 1.130.

O caso do idoso de 79 anos não será contabilizado nos próximos boletins da secretaria estadual porque a infecção não ocorreu em território mineiro. Segundo o órgão, Belo Horizonte segue sem nenhum registro de febre amarela de transmissão autóctone (dentro do município).

De acordo com dados da Secretaria de Saúde de Belo Horizonte, outro morador da cidade também contraiu a doença em viagem. No entanto, o paciente já recebeu alta.

Diante da avaliação de que a situação da febre amarela está sob controle, a secretaria municipal de Saúde decidiu na semana passada autorizar o acesso do público aos parques que estavam interditados. A proibição de visitas nesses espaços ocorreu porque foram confirmadas mortes de macacos em decorrência da febre amarela.

O Parque Jacques Cousteau já foi reaberto e o Parque das Mangabeiras está recebendo de forma preliminar apenas visitas educativas organizadas por escolas. Já o Parque da Serra do Cipó passa por intervenções e ainda não tem data definida para ser reaberto.

Surto

O surto de febre amarela que ocorre desde o início deste ano é considerado o maior no Brasil desde 1980, quando o Ministério da Saúde passou a disponibilizar dados da série histórica.

De acordo com levantamento da pasta divulgado no dia 12 de maio, a doença já levou à morte este ano 259 pessoas em todo o país. Até então, a situação mais grave havia ocorrido em 2000, quando morreram 40 pessoas.

A febre amarela atinge humanos e macacos e é causada por um vírus da família Flaviviridae. No meio rural e silvestre, o vírus é transmitido pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes.

Em área urbana, o vetor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue, zika e chikungunya.

A vacina é a principal medida de combate à doença. De acordo com o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942.

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