Poluição na Baía de Guanabara: testes revelaram a presença de vírus e bactérias nas águas, além da presença de lixo flutuante que ameaça as embarcações (Matthew Stockman/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2016 às 18h14.
Rio de Janeiro - Médicos da delegação olímpica da Bélgica suspeitam que as águas poluídas da Baía de Guanabara foram responsáveis por uma doença contraída pela velejadora do país Evi Van Acker, medalhista de bronze da classe Laser Radial em 2012, disse o técnico da iatista à Reuters.
Van Acker, que está em 10º lugar após seis de 10 regatas da fase preliminar na Rio 2016, sofreu uma gastrointerite grave durante os treinamentos em julho e, apesar de ter tomado uma série de antibióticos, sua força e resistência permanecem comprometidas, disse o técnico Wim Van Bladel em entrevista por telefone.
Os organizadores dos Jogos Olímpicos têm enfrentado duras críticas pela má qualidade da água da Baía de Guanabara, depois que uma promessa de tratar 80 por cento do esgoto lançado no local a tempo para os Jogos não foi cumprida. Testes revelaram a presença de vírus e bactérias nas águas, além da presença de lixo flutuante que ameaça as embarcações.
"A avaliação da equipe médica é que a água é a causa provável da doença dela e do contínuo estado de baixa energia. Essa doença afeta os seus músculos, a capacidade de reagir", afirmou.
Em um comunicado, o dirigente do Comitê Olímpico da Bélgica não menciona a questão da água, dizendo apenas que Van Acker adoeceu algumas semanas atrás, que seu rendimento foi comprometido e que ela estava passando por um tratamento intensivo.
O Comitê Rio 2016 e a Federação Internacional de Vela não responderam de imediato a pedidos de comentários sobre o assunto.
A federação tem afirmado que testa regularmente a água e que o local está dentro dos padrões internacionais de segurança, e muitos velejadores olímpicos têm minimizado os riscos, dizendo que a polêmica sobre a água ofusca o que há de melhor no iatismo.