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Pré-candidato no Rio, Bebianno diz que Bolsonaro "ignora o Rio de Janeiro"

Gustavo Bebianno, que foi um importante aliado de Bolsonaro durante as eleições de 2018, será candidato à prefeitura do Rio pelo PSDB

Bebianno: candidatura foi oficializada nesta quinta-feira (5) no diretório paulista do PSDB (Ian Cheibub/Getty Images)

Bebianno: candidatura foi oficializada nesta quinta-feira (5) no diretório paulista do PSDB (Ian Cheibub/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de março de 2020 às 13h12.

Última atualização em 5 de março de 2020 às 14h20.

Escolhido pelo PSDB como pré-candidato do partido à prefeitura do Rio do Janeiro, o ex-secretário geral da Presidência, Gustavo Bebianno, adotou um discurso duro contra o presidente Jair Bolsonaro e esse deve ser o tom de sua pré-campanha. "Bolsonaro ignora o Rio de Janeiro, tanto o Estado quanto a cidade. Ele enxerga no Rio uma fonte de problemas e prefere se manter à distância", disse o advogado ao jornal O Estado de S.Paulo nesta quinta-feira, 5, em entrevista concedida na sede estadual do PSDB paulista, na capital.

A escolha de Bebianno foi uma indicação do empresário Paulo Marinho que, assim como ele, foi aliado de Bolsonaro mas rompeu com o presidente. O PSDB havia anunciado que a ex-secretária de Cultura da capital fluminense, Mariana Ribas, seria candidata na cidade, mas recuou por pressão de Marinho. "Houve uma mudança de posições no gramado", disse Bebianno. Mariana deve assumir um cargo no Sebrae.

Marinho afirmou que serão 75 candidatos a vereador no Rio pelo PSDB. O empresário prometeu o anúncio oficial das candidaturas à Câmara e à Prefeitura no dia 4 de abril.

Segundo aliados, o governador João Doria decidiu fazer o anúncio da candidatura de Bebianno em São Paulo para dar uma sinalização pública de seu poder sobre a legenda. O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, veio a São Paulo para o evento.

Ao falar sobre o cenário das eleições municipais, Bebianno, que foi presidente nacional do PSL, disse que Bolsonaro "destruiu" o partido. "Como disse o Major Olímpio, ele morava sozinho e fugiu de casa. Destruiu o PSL e ficou sem partido. Está na calçada. Acho muito difícil a Aliança sair do papel até a eleição", afirmou.

Ainda segundo o pré-candidato, o presidente adota atitudes inexplicáveis. "Ele ouve pessoas beligerantes que acirram a beligerância dele. Bolsonaro arruinou sua base na Câmara."

Bebianno contou que em 2017 trabalhou "intensamente" para filiar Hamilton Mourão ao partido, para que o general disputasse o governo do Rio de Janeiro em 2018, mas Bolsonaro vetou o movimento.

O prefeito Marcelo Crivella também foi alvo do advogado. "A cidade do Rio está abandonada. Temos um prefeito que parece não gostar da cidade. Não é um carioca legítimo."

 "Serão 75 candidatos a vereador no Rio de Janeiro. No dia 4 de abril faremos uma grande festa de lançamento desses candidatos e o anúncio do Gustavo Bebianno", disse Paulo Marinho.

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