Janaína Paschoal, a deputada eleita comenta o caso Bebianno (Agência Senado/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de fevereiro de 2019 às 12h01.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2019 às 12h17.
São Paulo - A deputada estadual eleita Janaina Paschoal (PSL-SP) declarou que o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, não pode ser considerado automaticamente culpado por supostos desvios de recursos do Fundo Partidário para candidaturas laranjas do PSL.
Janaina o classificou como uma "pessoa controversa", mas afirmou que não adianta o governo "cortar cabeças" sem uma apuração.
A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para apurar suspeitas de desvios de recursos do Fundo Partidário destinados ao PSL por meio de supostas candidaturas laranjas nas eleições de 2018.
Bebianno presidiu o partido durante o período eleitoral. "Vejam, Bebianno pode ou não ficar no governo, insisto que a situação não me compete. Mas se sair, que seja porque não o desejam por lá", escreveu Janaina no Twitter.
Para ela, as situações precisam ser investigadas e apuradas. "Mas não adianta eleger um culpado e cortar cabeças, sem apurar", afirmou.
"O fato de Bebianno ter assinado a liberação do dinheiro, na condição de presidente do Partido, não o torna automaticamente culpado, pois ele era a pessoa competente para assinar a documentação. Temos que saber quem, eventualmente, ficou com o dinheiro", escreveu.
Na sequência de mensagens na rede social, a deputada relatou ter sido procurada por Bebianno durante a campanha e recusado dinheiro do fundo.
"Em meio a tantas acusações, eu fiquei pensando: se ele tinha um esquema de desvio, iria oferecer mandar dinheiro justo para mim? Iria insistir? Entendo que não", escreveu.
Janaina classificou o ministro como "uma pessoa controversa" e que "muita gente não gosta dele". "Eu mesma tenho minhas mágoas. Mas não acho justo usar uma denúncia que, a princípio, não o envolve, para vingar outras questões", afirmou.
Nesta quarta-feira, 13, o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, escreveu no Twitter que o Bebianno mentiu ao afirmar que teria conversado três vezes com o presidente na terça-feira, 12.
Bolsonaro, por sua vez, republicou a mensagem e, em entrevista, disse que destino do ministro - se for culpado - será "voltar às suas origens".
Reforçando que não estava defendendo Bebianno, a parlamentar eleita declarou que o ministro tem "devoção" por Bolsonaro, mas ponderou: "Estaria ele sendo falso? Talvez. Mas digo, se estava, ele é melhor ator que Tony Ramos. E Tony Ramos é muito bom."