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BC vê medidas macroprudenciais como alta na Selic

Para a instituição, o aumento do compulsório e do requerimento de capital equivale a uma alta na taxa Selic de 0,5 a 1 ponto percentual

Medidas macroprudenciais equivaleriam a uma alta na taxa Selic de 0,5 a 1 ponto percentual (Divulgação/Banco Central)

Medidas macroprudenciais equivaleriam a uma alta na taxa Selic de 0,5 a 1 ponto percentual (Divulgação/Banco Central)

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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2010 às 18h47.

Brasília - O Banco Central estima que o aumento do compulsório e do requerimento de capital equivale a uma alta na taxa Selic de 0,5 a 1 ponto percentual, segundo pessoa com conhecimento do processo de tomada de decisão do Comitê de Política Monetária.

O Copom decidiu manter o juro básico em 10,75% na última reunião, nos dias 7 e 8 de dezembro, porque as medidas adotadas em 3 de dezembro para limitar a expansão do crédito no País equivalem a um aperto monetário, disse a pessoa, que pediu para não ser identificada porque as estimativas de impacto das medidas não são publicadas.

O BC sinalizou ontem no Relatório Trimestral de Inflação que poderia começar a elevar a Selic no próximo mês para controlar a inflação, que está no maior nível em quase dois anos.

“O tom adotado na divulgação do relatório de inflação ontem foi bastante contundente ao sinalizar um aumento de juros”, disse Jankiel Santos, economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, em entrevista por telefone de São Paulo. “Com esse aumento incremental derivado do aumento do compulsório e da reserva de capital, uma alta de 150 pontos-base na taxa de juros pode ser suficiente para que a inflação convirja para a meta em 2011.”

Medidas

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro de janeiro de 2012 fechou em alta de 4 pontos-base, a 12,15%, enquanto o vencimento de janeiro de 2014 subiu 8 pontos-base, para 12,28%.

A alíquota do compulsório dos depósitos a prazo foi elevada de 15% para 20% e o adicional do compulsório para os depósitos à vista e a prazo subiu de 8% para 12% no início deste mês. As medidas foram adotadas para retirar R$ 61 bilhões da economia.

No relatório de ontem, o BC elevou sua previsão de inflação em 2011, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, para 5%, contra a estimativa de 4,6%o feita em setembro. Para 2012, a instituição acredita que o IPCA vai subir 4,8%. As projeções levam em conta o cenário de referência, que considera estabilidade no juro básico atual.

O diretor de política econômica do BC, Carlos Hamilton, disse ontem em entrevista coletiva em Brasília que a inflação ainda ficaria “ligeiramente acima da meta” no próximo ano, num intervalo entre 4,5% e 4,8%, caso a Selic seja elevada em 150 pontos-base, ou 1,5%.

A inflação medida pelo IPCA-15 chegou a 5,79%o nos 12 meses até meados de dezembro, contra 5,47% em novembro. Foi a maior alta em 23 meses.

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