Brasil

BC vai à Justiça cobrar R$ 39,8 bi de empresas e clubes

Empresas, bancos liquidados ou em funcionamento e times como Santos, Corinthians, Internacional, Fluminense e Atlético Mineiro alvos de operação judicial


	Banco Central: banco tenta recuperar - R$ 24,2 bilhões 
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Banco Central: banco tenta recuperar - R$ 24,2 bilhões  (REUTERS/Ueslei Marcelino)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2014 às 08h14.

Brasília - O Banco Central está à caça de R$ 39,8 bilhões de multas que estão sendo cobradas de bancos e empresas, e que não entraram para os cofres do governo. O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso à lista inédita dos principais alvos dessa operação judicial de recuperação de créditos, que inclui grandes empresas, bancos liquidados ou em funcionamento e times de futebol como Santos, Corinthians, Internacional, Fluminense e Atlético Mineiro.

A maior parte desse dinheiro que o BC tenta recuperar - R$ 24,2 bilhões - é devida por pouco mais de uma centena de empresas, instituições financeiras e pessoas físicas. De acordo com os documentos internos do Banco Central, as irregularidades mais comuns são ilícitos cambiais, principalmente de empresas importadoras e exportadoras.

Mas há casos de multas aplicadas por irregularidades no acesso aos recursos das reservas bancárias pelos bancos, omissão de informações sobre capitais brasileiros no exterior e infrações diversas praticadas por instituições financeiras, empresas de auditoria, administradoras de consórcio e empresas que atuam sem a autorização do Banco Central. O banco está executando essa dívida na Justiça e montou uma força-tarefa de advogados para ir atrás dos devedores e do seu patrimônio. Muitas empresas encontradas eram de fachadas, de proprietários "laranjas".

Na busca dos devedores, os procuradores do Banco Central passaram a fazer cruzamentos de informações estratégicas que estão na base de dados cadastrais do próprio BC e de outros órgãos públicos, como Receita Federal, INSS, Secretarias de Segurança Pública e Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior. "O importante é que se conheça o devedor e que se busquem estratégias eficientes para alcançar o seu patrimônio", diz Isaac Sidney Ferreira, procurador-geral do BC.

Das 126 ações mais relevantes, que concentram os valores mais elevados, apenas 18 estão garantidas judicialmente com bens imóveis. De acordo com o procurador, a ausência de garantias formais não compromete necessariamente a perspectiva de recuperação de crédito. "Em relação a essas ações mais relevantes, o BC detém informações estratégicas para perseguir o devedor e alcançar seu patrimônio", assegura.

Segundo ele, o BC tinha listas "valiosíssimas" que não eram usadas - como o cadastro de correntistas, por exemplo - que mostram o relacionamento bancário das pessoas. No caso da Receita, o BC verificou que o Fisco muitas vezes está mais adiantado na localização do devedor e dos bens, o que facilita o trabalho. "Na estação de trabalho dos procuradores, temos um sistema que acessa os procedimentos instaurados no âmbito da Receita", diz Ferreira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Atlético - MGBanco CentralCorinthiansEsportesFluminenseFutebolMercado financeiroSantos Futebol Clube

Mais de Brasil

STF pode rediscutir compensação da desoneração da folha, diz Haddad

Lula confirma Pedro Lucas como novo ministro das Comunicações após indicação do União Brasil

Revisão da vida toda do INSS: aposentados que receberam a mais não precisarão devolver valores

Haddad: Fazenda ainda não estuda ampliação de isenção de conta de luz