No acumulado do ano, o superávit primário do setor público chega a 2,74% do PIB, segundo o BC (João Ramid/Veja)
Da Redação
Publicado em 29 de dezembro de 2010 às 10h32.
Brasília - O setor público registrou em novembro superávit primário de R$ 4 166 bilhões, de acordo com dados divulgados hoje pelo Banco Central (BC). O resultado ficou dentro das previsões dos analistas, que esperavam de R$ 2,4 bilhões a R$ 5,9 bilhões de superávit. A mediana das previsões era de R$ 3 bilhões. O superávit primário representa a economia para pagamento dos juros da dívida pública.
Em novembro de 2009, o esforço fiscal havia sido de R$ 12,274 bilhões. No resultado do mês passado, o governo central (Tesouro Previdência Social e Banco Central) contribuiu com superávit de R$ 1,655 bilhão, os governos regionais com saldo positivo de R$ 2,377 bilhões e as empresas estatais (excluindo Petrobras e Eletrobras) tiveram superávit R$ 134 milhões.
No acumulado do ano, o superávit primário do setor público soma R$ 90,843 bilhões, o equivalente a 2,74% do produto Interno Bruto (PIB). De janeiro a novembro de 2009, o setor público acumulou saldo positivo de R$ 64,613 bilhões, correspondente a 2 24% do PIB. Nos 12 meses encerrados em novembro, o setor público acumula superávit de R$ 90,998 bilhões, o que equivale a 2,51% do PIB. Nos 12 meses encerrados em outubro, o superávit era de R$ 99,106 bilhões (2,76% do PIB).
Dívida/PIB
A dívida líquida do setor público fechou novembro em R$ 1,450 trilhão, o correspondente a 40,1% do PIB. Em outubro, a dívida estava em R$ 1,436 trilhão (40,0% do PIB). A dívida bruta do governo geral (que abrange governo federal, Estados e municípios mas exclui Banco Central e empresas estatais) atingiu em novembro R$ 2,099 trilhões, o correspondente a 58,0% do PIB. Em outubro, a dívida bruta somou R$ 2,087 trilhões, o equivalente a 58,2% do PIB.
Déficit nominal
O setor público registrou em novembro um déficit nominal de R$ 14,359 bilhões, de acordo com dados divulgados BC. O governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrou déficit de R$ 9,976 bilhões, enquanto os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 4 237 bilhões e as empresas estatais, de R$ 146 milhões.
O resultado nominal é obtido após o pagamento dos juros da dívida pública. Quando o superávit primário - economia para pagamento dos juros - não é suficiente, é gerado um déficit nominal.
No acumulado do ano, o resultado nominal do setor público é negativo em R$ 84,991 bilhões, o correspondente a 2,56% do Produto Interno Bruto (PIB). Em igual período do ano passado, o déficit nominal era de R$ 92,022 bilhões, o equivalente a 3,20% do PIB.
Nos 12 meses encerrados em novembro, o déficit nominal ficou em R$ 99,211 bilhões, o equivalente a 2,74% do PIB. Até outubro, o déficit nominal em 12 meses era de R$ 87,845 bilhões (2,45% do PIB).
Gasto com juros
O gasto do setor público com o pagamento de juros somou R$ 18 525 bilhões em novembro, segundo os dados do BC. O valor é do que o registrado em outubro, quando a despesa somou R$ 16,105 bilhões. A número também superou o observado em novembro de 2009 quando o setor público pagou R$ 15,266 bilhões aos credores da dívida.
No mês passado, o governo central foi o maior responsável pelo pagamento de juros, com um montante correspondente a R$ 11,631 bilhões. Nos governos regionais, a conta somou R$ 6,614 bilhões. As empresas estatais foram responsáveis pelo desembolso de R$ 280 milhões.
No acumulado de janeiro a novembro de 2010, o pagamento de juros somou R$ 175,834 bilhões, o que corresponde a 5,31% do PIB. Em relação ao PIB, a despesa caiu, uma vez que em igual período de 2009 o pagamento foi equivalente a 5,44% do PIB. No acumulado dos 12 meses encerrados em novembro, a conta com juros soma R$ 190,209 bilhões (5,25% do PIB).