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BC indica aumento da taxa Selic no curto prazo

Segundo a projeção do BC, em 2011, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 5%, acima do centro da meta de inflação de 4,5%

Na projeção do cenário de mercado, a inflação oficial ficará em 4,8%, no próximo ano

Na projeção do cenário de mercado, a inflação oficial ficará em 4,8%, no próximo ano

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Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2010 às 09h49.

Brasília - As projeções para a inflação no próximo ano desviadas da meta sugerem necessidade de aumento da taxa básica de juros, a Selic, no curto prazo, avalia o Banco Central (BC), no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado hoje (22).

Segundo a projeção do BC, em 2011, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 5%, acima do centro da meta de inflação de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Essa meta tem ainda margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Na projeção do cenário de mercado, feita com base em perspectivas dos analistas do mercado financeiro, a inflação oficial ficará em 4,8%, no próximo ano.

De acordo com o relatório, as duas projeções para a inflação no próximo ano incorporam efeitos estimados da elevação dos depósitos compulsórios (recursos que os bancos são obrigados a deixar no BC) e da perspectiva de redução dos gastos públicos (esforço fiscal). Quando o BC eleva os depósitos compulsórios, reduz-se a capacidade dos bancos emprestarem dinheiro. Assim há efeitos no consumo e por consequência na inflação.

Mesmo com essas medidas, avalia o BC, os valores projetados ficam acima da meta de inflação. Por isso, há necessidade de aumentar a taxa básica de juros para “conter o descompasso entre o ritmo de expansão da demanda doméstica e a capacidade produtiva da economia, bem como de reforçar a ancoragem das expectativas de inflação”.

“Importante destacar que, no regime de metas para a inflação, desvios em relação à meta, na magnitude dos implícitos nessas projeções, sugerem necessidade de implementação, no curto prazo, de ajuste na taxa básica de juros”, diz o relatório.

A Selic é um instrumento para controlar a inflação. Quando a economia está aquecida, os consumidores têm dinheiro para gastar. Assim, a procura por bens e serviços aumenta e há dificuldade da indústria, do comércio e do setor de serviços de suprir esse consumidor na mesma proporção do aumento da demanda. Com isso, a tendência é de que preços aumentem, o que significa inflação. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, então, eleva os juros para estimular a poupança e conter a expansão excessiva da demanda.

O comitê também pode não mexer nos juros básicos quando acredita que o patamar da taxa é suficiente para gerar equilíbrio entre o que se produz, o que se compra e os preços. Ou ainda reduzir a taxa Selic se o objetivo for aquecer o mercado consumidor e estimular a atividade econômica.

Os sinais analisados na hora de definir a Selic são os dados sobre a expansão da economia, a situação externa e os índices de inflação. Todo ano, o BC tem que perseguir uma meta de inflação, medida pelo IPCA.

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