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"BC deveria ter esperado", dizem representantes da indústria

Executivos afirmam que a economia já mostra sinais de desaquecimento, tornando o aumento da Selic desnecessário

Presidente da Fiesp diz que aumento do compulsório já começava a barrar a inflação (Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL)

Presidente da Fiesp diz que aumento do compulsório já começava a barrar a inflação (Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2011 às 22h11.

São Paulo - Para representantes da indústria e do comércio, o Banco Central (BC) deveria ter esperado para aumentar a taxa básica de juros. Segundo entidades de ambos os setores, os efeitos de medidas anteriores do BC já começaram a surtir efeito, tornando desnecessária a elevação da Selic.

“Há indicadores recentes que confirmam o desaquecimento da atividade (econômica), provocado por medidas de restrição ao crédito, pela valorização do câmbio e a elevação dos juros em janeiro”, diz Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, o aumento do depósito compulsório, anunciado pelo BC em dezembro de 2010, já está reduzindo a pressão inflacionária. "Isso é visível, por exemplo, no mercado de crédito, que diminuiu a quantidade de empréstimos concedidos e encurtou seus prazos, o que fez com que o consumidor gaste menos", afirma.

Causas externas

Uma das razões pelas quais o BC deveria ter esperado para subir os juros, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), é o fato de que alguns fatores que hoje impulsionam a inflação são externos.

"O aumento do preço dos produtos está diretamente ligado às pressões no preço das commodities agrícolas e do petróleo no mercado internacional”, afirma o presidente da entidade, Abram Szajman. Segundo ele, a autoridade monetária deveria ter prestado maior atenção nos mercados, esperando o retorno da estabilidade.

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