Marcelo Kfoury, do Citi: "Ajuste fiscal rigoroso ajudaria o BC no combate à inflação" (Divulgação/Citi Brasil)
Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2011 às 14h35.
São Paulo - Com o objetivo de trazer gradativamente as expectativas inflacionárias para o centro da meta, o Banco Central deve promover quatro altas de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros. A primeira será nesta quarta-feira (19), quando o Comitê de Política Monetária (Copom) reúne-se pela primeira vez sob o comando de Alexandre Tombini.
A previsão é do economista-chefe do Citi Brasil, Marcelo Kfoury, que participou nesta segunda-feira (17) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.
O boletim Focus desta semana elevou pela 6ª vez consecutiva a estimativa para o IPCA neste ano. Kfoury lembra que, desde que o Copom parou de subir os juros, em setembro, a projeção de inflação passou de 4,87% para 5,42%.
“Ninguém tem um modelo perfeito para prever a inflação. Então, o segredo do sistema de metas de inflação é as pessoas acreditarem que o Banco Central, independentemente dos choques do presente, vai colocar a inflação na meta no médio e longo prazos. Se as pessoas não acreditarem, fica mais custoso, ou seja, precisa de mais juros para recolocar a inflação na meta.”
O economista diz que um ajuste fiscal mais rigoroso ajudaria bastante o Banco Central nessa tarefa. “Se você tem a política fiscal e a política monetária coordenadas para desaquecer um pouco a economia, você tem uma ajuda para diminuir a inflação de serviços.”
Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, basta clicar na imagem ao lado), o economista-chefe do Citi Brasil avalia a possibilidade de o Banco Central adotar outras medidas pontuais na área de crédito.