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Base espera divulgação de áudio para decidir se fica no governo

A maioria dos partidos da base aliada tem adotado o tom de cautela ao comentar as denúncias envolvendo o presidente Michel Temer

Michel Temer: líderes e dirigentes esperam a divulgação do áudio da gravação em que Temer apareceria apoiando a compra de silêncio de delatores da Lava Jato para decidir se rompem ou não com o governo (Ueslei Marcelino/Reuters/Reuters)

Michel Temer: líderes e dirigentes esperam a divulgação do áudio da gravação em que Temer apareceria apoiando a compra de silêncio de delatores da Lava Jato para decidir se rompem ou não com o governo (Ueslei Marcelino/Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de maio de 2017 às 15h14.

Brasília - Apesar da sinalização do PSDB de que deve desembarcar do governo Michel Temer, a maioria dos partidos da base aliada tem adotado o tom de cautela ao comentar as denúncias envolvendo o peemedebista.

Líderes e dirigentes esperam a divulgação do áudio da gravação em que Temer apareceria apoiando a compra de silêncio de delatores da Lava Jato para decidir se rompem ou não com o governo.

No caso do DEM, integrantes do partido dizem que a situação é mais "delicada" pelo fato de o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ser o primeiro na linha sucessória e assumir a Presidência caso Temer seja afastado.

Qualquer movimento poderia ser interpretado como oportunismo.

Eles admitem, no entanto, que se tudo que já foi divulgado contra o presidente ficar confirmado, a situação ficará "insustentável". Também afirmam que, se os ministros do PSDB realmente entregarem os cargos, isso terá influência sobre os demais partidos da base.

PTB e PP também afirmaram que vão esperar os novos desdobramentos para decidir se permanecem na base aliada. "Eu não acho nada, preciso ver o vídeo", afirmou o líder do PTB na Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL).

No PR, o presidente nacional do partido, o ex-senador Antonio Carlos Rodrigues, defendeu a entrega imediata do Ministério dos Transportes.

O titular da pasta, porém, o deputado licenciado Maurício Quintella (AL), foi contra. "O que se tem até o momento são especulações de uma delação. Vamos aguardar os fatos", afirmou.

Os dois ministros do PPS também avaliam deixar o governo. Nesta quinta, a bancada do partido na Câmara defendeu a renúncia de Temer e a convocação de eleições diretas para Presidência.

Presidente do Solidariedade, o deputado Paulinho da Força (SP) afirmou que o partido ainda não tomou uma decisão, mas admite que a situação é grave. Para ele, a "saída mais honrosa" seria o Tribunal Superior Eleitoral cassar o mandato de Temer.

Já o presidente do PV, José Luiz Penna, lamentou a situação, mas disse que ainda teria uma conversa com o ministro do Meio Ambiente, Zequinha Sarney, para decidir se o partido iria deixar a pasta.

Delação

Como parte da sua delação premiada, o empresário Joesley Batista, dono da JBS, gravou uma conversa com Temer em que contou que estava dando mesada ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e ao doleiro Lúcio Funaro para que ambos ficassem calados.

Após ouvir o relato, o presidente teria dito: "Tem de manter isso, viu?".

Em sua delação premiada, o empresário afirmou que não foi Temer quem determinou o pagamento da mesada, mas que ele tinha pleno conhecimento da operação.

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