Brasil

Base aliada protocola pedido de CPI mista "ampliada"

Pedido tem por objetivo investigar irregularidades que envolvem Petrobras e apurar fatos relacionados às gestões de Aécio Neves e de Eduardo Campos


	Sessão do Congresso: líder do governo no Congresso disse que o governo Dilma quer apurar "toda e qualquer irregularidade" que se tenha notícia no país
 (Valter Campanato/ABr)

Sessão do Congresso: líder do governo no Congresso disse que o governo Dilma quer apurar "toda e qualquer irregularidade" que se tenha notícia no país (Valter Campanato/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2014 às 15h52.

Brasília - Parlamentares da base aliada protocolaram há pouco um requerimento de criação da CPI mista "ampliada" da Petrobras. O pedido, que contou com o apoio de 32 deputados e 219 senadores, tem por objetivo investigar irregularidades que envolvem a estatal, mas também apurar fatos relacionados às gestões do PSDB de Aécio Neves e do PSB de Eduardo Campos.

O pedido foi entregue pelos líderes do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e do líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP), à Mesa Diretora do Senado. O pedido foi despachado para a Secretaria-Geral da Mesa do Congresso.

O líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), disse que o governo Dilma Rousseff quer apurar "toda e qualquer irregularidade" que se tenha notícia no país.

O petista disse que, em 2010, um ano eleitoral, a CPI da Petrobras anterior investigou os mesmos fatos que foram apresentados agora pela oposição, como a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), e as obras da construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.

"Infelizmente a oposição, por não acreditar talvez nessas instituições, resolveu propor os mesmos itens da CPI de 2010, que era Pasadena e também Abreu e Lima em Pernambuco", afirmou o líder, referindo-se ao fato de que o Tribunal de Contas da União (TCU) também analisa os fatos.

José Pimentel disse que o PT tentou instalar, sem sucesso, uma CPI na Assembleia Legislativa de São Paulo para apurar as denúncias de cartel no metrô paulista. Ele disse que a investigação pelo Congresso se justifica porque os recursos da obra são de origem federal ou de empréstimos internacionais, que contam com o aval do Legislativo Federal.

O líder disse que "os que têm medo de investigação, como é o caso do governo de São Paulo", não permitem que se investigue uma CPI há 20 anos (tempo que os tucanos estão no comando do Estado). E citou que há 30 representantes de empresas indiciadas pelo Ministério Público por essa matéria.

O líder do governo disse também que pretende dar o mesmo tratamento, cuidar com a mesma responsabilidade e transparência as denúncias contra o governo. Pimentel ainda cutucou a oposição ao dizer que o líder do governo na Câmara fez questão de recolher menos assinaturas do que a oposição por ter consciência de que CPI é um "instrumento da minoria".


Estratégia

Em sintonia com o Palácio do Planalto, a estratégia dos governistas é a mesma adotada pelos aliados do Senado. A oposição apresentou uma CPI na Casa para apurar denúncias da estatal, como a compra da refinaria de Pasadena.

Conforme revelou o Estado, a operação contou com a aprovação da presidente Dilma, ex-presidente do Conselho de Administração da estatal, mesmo ela tendo se embasando em um resumo juridicamente falho e incompleto.

A base aliada do Senado "copiou" o requerimento da oposição e acrescentou outros pedidos: de investigação de acusações de formação de cartel em São Paulo, em gestões tucanas, e em Brasília, no governo do DEM, e do Porto de Suape, obra no estado governado por Eduardo Campos (PE).

A decisão sobre qual das duas CPIs do Senado vai funcionar, se a da oposição ou da base, vai ficar para a Comissão de Constituição e Justiça por decisão do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Os governistas adotaram o mesmo método em relação à CPI mista da Petrobras, que foi protocolada ontem pela oposição. Ao apresentar o pedido da comissão ampliada, o líder do governo no Congresso disse que espera que a leitura do pedido da CPI mista dos aliados seja feita no dia 15 de abril, data prevista para uma sessão conjunta das duas Casas Legislativas.

Na prática, a base trabalha para tentar impedir a investigação sobre a estatal a qualquer custo. Se não for possível, que ela comece o mais tarde possível e que seja controlada pelos governistas.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasIndústria do petróleoIrregularidadesOposição políticaPetrobrasPetróleo

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas