Luís Roberto Barroso. (Foto/Wikimedia Commons)
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de novembro de 2020 às 22h11.
Em reação às declarações do presidente Jair Bolsonaro defendendo o voto impresso e questionando a segurança das urnas eletrônicas o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, disse hoje não ter “controle sobre o imaginário das pessoas.
“Tem gente que acha que a Terra é plana. Tem gente que acha que o homem não foi à Lua. Tem gente que acha que Trump venceu as eleições nos Estados Unidos”, disparou Barroso.
Mais cedo, ele disse que explicaria o funcionamento das urnas “para quem quer entender”, já que “para quem não quer, não há fármaco jurídico”.
Barroso garantiu que “houve zero prejuízo de credibilidade ao sistema.”
Barroso disse ainda que o voto impresso - como defendido pelo presidente Jair Bolsonaro - poderia trazer "grande tumulto ao processo eleitoral". Ele lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu pela inconstitucionalidade desse tema.
Hoje, Bolsonaro voltou a defender o voto impresso e questionou a segurança das urnas eletrônicas.
"O presidente da República tem liberdade para exprimir sua opinião", disse Barroso, lembrando da decisão do STF. "Sou juiz, não posso me impressionar com retórica política."
Segundo o ministro, além do custo do voto impresso, haveria risco real ao sigilo do voto. "Respeitando opinião do presidente penso que voto impresso traria grande tumulto a processo eleitoral."
Segundo Barroso, todo candidato derrotado pediria recontagem, nulidade e haveria judicialização. "Agora, se presidente tiver qualquer evidência, vamos investigar", disse.