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Barroso elogia Mandetta e diz ser contra adiar eleições para 2022

Barroso defende que o adiamento das eleições municipais pelo menor período possível e aprova atuação do ministro da Saúde durante a crise do coronavírus

Eleições: Barroso será o presidente do Tribunal Superior Eleitoral durante as eleições deste ano (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Divulgação)

Eleições: Barroso será o presidente do Tribunal Superior Eleitoral durante as eleições deste ano (Rosinei Coutinho/SCO/STF/Divulgação)

AO

Agência O Globo

Publicado em 6 de abril de 2020 às 15h26.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, elogiou a perfomance do ministro da Saúde, Henrique
Mandetta, diante da crise criada pela pandemia do novo coronavírus no Brasil, e disse ser contra as propostas que reveem
adiar as eleições municipais de 2020 para 2022. As declarações foram dadas em entrevista ao portal UOL nesta segunda-feira.

Barroso disse que é preciso fazer "justiça" em relação à condução de Mandetta a frente da crise. Segundo o ministro, o Brasil está reagindo "razoavelmente bem" à pandemia.

"Justiça seja feita, você tem um ministro da Saúde que tem conduzido com grande eficiência, dedicação e com base na melhor ciência que existe. E acho que apesar de tudo, o Brasil está reagindo razoavelmente bem à pandemia dentro das nossas circunstâncias", afirmou Barroso.

Questionado sobre a manifestação de que o presidente Jair Bolsonaro pudesse editar um decreto determinando a abertura do comércio em algumas cidades contrariando a determinação de governadores estaduais, Barroso disse esperar que o presidente não tome essa decisão.

"Eu tenho a expectativa de que presidente ouça a área científica e técnica do seu próprio governo e não expeça um decreto neste sentido. Contraria todas as diretrizes mundiais. Países como a Itália e a Espanha, que não tomaram essas providências drásticas no início, sofreram dramáticas consequências", disse Barroso.

Barroso será o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições deste ano. Há o temor de que, diante do avanço da epidemia, as eleições não possam ser realizadas, uma vez que elas geram aglomerações e poderiam causar a infecção de milhares de pessoas.

Também existe o temor de que, em meio ao crescimento no número de casos, os testes com as urnas eletrônicas feitos antes do pleito não possam ser realizados, o que inviabilizaria a realização das eleições.

Questionado sobre o impacto da pandemia no calendário eleitoral de 2020, Barroso disse que o TSE monitora o avanço da epidemia e que vai aguardar até junho para que uma decisão seja tomada.

"Eu imaginaria junho como sendo o momento em que teremos que ter uma definição. Não apenas por causa das convenções partidárias e do início da campanha, mas porque a Justiça Eleitoral tem que fazer teste das urnas", afirmou.

Barroso defende que, se houver adiamento das eleições municipais, que ela seja pelo menor período de tempo possível e disse ser totalmente contra realizá-las em 2022, juntamente com as eleições gerais. Ele disse que isso seria uma "fraude" à decisão dos eleitores em 2016 que deram mandatos de apenas quatro anos para os eleitos.

"Sou radicalmente contra é cancelamento das eleições e esta proposta de fazê-las coincidir em 2022. Aí temos um problema grave. O eleitor deu um mandato de 4 anos, portanto, prorrogar isso frauda o comando e a vontade que o eleitor manifestou. Além do quê, eu acho uma péssima ideia coincidir eleições municipais com eleições nacionais. As pautas são diferentes", disse o ministro.

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