Brasil

Barragem que ruiu em MG não será reativada

A barragem recebia rejeito de minério de ferro também da Mina de Alegria, da Vale


	Rompimento de barragem: pelo menos 17 pessoas morreram e diversas famílias ficaram desabrigadas ou desalojadas
 (Antonio Cruz/ Agência Brasil)

Rompimento de barragem: pelo menos 17 pessoas morreram e diversas famílias ficaram desabrigadas ou desalojadas (Antonio Cruz/ Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de dezembro de 2015 às 11h30.

São Paulo - A Samarco afirmou que não pretende reconstruir a Barragem de Fundão, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), que ruiu em 5 de novembro, deixando pelo menos 17 mortos. A lama de rejeitos de minério de ferro que vazou da represa destruiu o distrito, poluiu o Rio Doce e chegou ao mar no Espírito Santo. Duas pessoas ainda estão desaparecidas.

A informação foi antecipada pelo presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. A barragem será investigada em inquérito pelo Ministério Público Estadual, segundo o coordenador da Promotoria de Meio Ambiente, Carlos Eduardo Pinto.

A barragem recebia rejeito de minério de ferro também da Mina de Alegria, da Vale - dona da Samarco juntamente com a mineradora anglo-australiana BHP Billiton. Em nota, a Samarco afirmou "que as investigações sobre o acidente estão sendo realizadas pelos órgãos competentes e está colaborando ativamente neste processo".

O envio dos rejeitos não estava previsto no licenciamento ambiental da barragem, conforme informações da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Segundo o promotor, as investigações sobre a queda da barragem mostraram que o contrato para o envio dos rejeitos foi firmado em 1989 entre a Samitri e a Samarco, ambas compradas pela Vale no início da década de 90, e que a barragem só teve aval para funcionar em 2008.

O diretor de metais ferrosos da Vale, Lúcio Cavalli, disse que 5% dos rejeitos colocados na mina de Fundão eram provenientes da Mina de Alegria. Mas investigações do Ministério Público Federal (MPF) afirmam que o total seria de 28%. Além de Fundão, a Samarco operava outras duas barragens em Mariana. Santarém, que ruiu parcialmente, e Germano, que passa por obras de reforço depois do rompimento de Fundão.

O promotor quer saber os motivos pelos quais as licenças ambientais para o funcionamento da represa foram concedidas sem a aprovação inicial do Conselho de Política Ambiental (Copam). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasMariana (MG)MineraçãoSamarcoSiderúrgicasVale

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP