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Bares e restaurantes reabrem com poucos clientes e entregas em alta

Capital fluminense está em processo de flexibilização da quarentena do novo coronavírus

Bar reaberto nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro: movimento fraco na hora do almoço desanimou gerentes e donos dos estabelecimentos (Sergio Moraes/Reuters)

Bar reaberto nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro: movimento fraco na hora do almoço desanimou gerentes e donos dos estabelecimentos (Sergio Moraes/Reuters)

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Agência O Globo

Publicado em 2 de julho de 2020 às 18h45.

Última atualização em 2 de julho de 2020 às 23h42.

Autorizados pela prefeitura, bares, restaurantes e lanchonetes do Rio reabriram nesta quinta-feira, 2, com consumação local. Mas o movimento fraco na hora do almoço desanimou gerentes e donos dos estabelecimentos, ansiosos para a retomada dos atendimentos. O serviço de delivery, no entanto, permaneceu em alta.

A obrigatoriedade de máscaras foi um entrave. Após as refeições, muitos clientes continuavam sem o item de proteção, só colocando ao sair do estabelecimento, e em diferentes comércios, algumas pessoas permaneciam com a máscara presa ao pescoço, na contramão das recomendações de especialistas.

Trabalhando com uma equipe própria de entregadores, o Bar do Elias, no Largo do Machado, viu a média de vendas por aplicativo se manter nesta quinta-feira, apesar da reabertura. Na entrada do salão, uma funcionária recebia os clientes com um termômetro, além de indicar um dispenser de álcool em gel. A capacidade do restaurante caiu para menos da metade, passando de 200 lugares, para 85, mas poucos foram ocupados.

"A essa hora, para o almoço, estaríamos com uma fila na porta. Está tudo bem devagar. Acredito que o delivery ainda deve permanecer forte", avalia o sócio-gerente, Munier Ahmed.

No bufê do restaurante, o garçom Marcondes Gomes passou a servir os clientes. Pelas regras da prefeitura, o tradicional sistema self-service precisou ser suspenso, para evitar contaminações. Depois de cancelar a comemoração do aniversário em um restaurante, ainda no início da pandemia, o militar Diego Ferreira aproveitou a reabertura do estabelecimento perto de casa para “espairecer”, e contou ter se adaptado bem ao “novo normal”:

"Não estou em pânico, mas me previno, todo o cuidado é necessário. Achei supertranquilo como está funcionando agora, me passou muita segurança. Acho melhor assim".

Na Confeitaria Colombo, no Centro, o serviço de mesa foi suspenso, e só deve retornar na próxima terça. Por enquanto, clientes precisam pegar salgados e doces no balcão e levar até às mesas, onde os garçons só atendem na hora do pagamento. O segundo andar do estabelecimento foi fechado temporariamente.

Baixo Botafogo

O tradicional movimento nos restaurantes ao longo da Praça Nelson Mandela, em Botafogo, na zona sul, foi quase nulo, apesar de quase todos os estabelecimentos terem reaberto as portas. No Boteco Colarinho, seis garçons estavam a postos à espera de clientes, mas por volta de 13h30, apenas três mesas estavam ocupadas. A capacidade do restaurante foi reduzida a quase um terço — passou de 87 para 30 mesas —, e as ociosas aguardam a volta da normalidade encostadas no fundo do salão.

"O movimento está muito aquém. Acho que a população ainda está com muito medo. Até eu, se pudesse, ainda estaria em casa", admite Zé Carlos, gerente da unidade. Com o anúncio da reabertura, muita gente tem ligado, pedindo que a gente reserve mesa para dez, 20 pessoas, mas não dá. Estamos seguindo as regras."

No árabe Harad, ali próximo, a solução encontrada pela administração para que a capacidade fosse reduzida de 70 para 35 foi marcar as mesas interditadas com uma fita amarela. Entre um cliente e outro, cada local é higienizado e sinalizado com uma placa que alerta que a assepsia foi feita e, por isso, está liberado.

De acordo com a gerente Verônica Ferreira, a média de clientes em uma quinta-feira normal, antes da pandemia, era de 100 a 125 clientes na hora do almoço. Neste primeiro dia de reabertura, foram apenas 12 refeições.

"Estamos apreensivos, com o coração na mão. Percebemos que os clientes estavam ansiosos, e quem está vindo hoje são clientes antigos. Mas essa ansiedade também nos dá medo, porque pode criar uma aglomeração, o que não queremos", diz.

Uso de área externa

Apesar do movimento tímido, um restaurante da Cobal de Botafogo ocupava parte do estacionamento com mesas e cadeiras. Pelas regras, a utilização de espaços públicos por estabelecimentos gastronômicos só está permitida às sextas-feiras, sábados e vésperas de feriado, das 19 até 1h do dia seguinte. Aos domingos e feriados, a autorização vai do meio-dia até as 22h. Mesas e cadeiras só podem começar a ser colocadas meia hora antes do horário estabelecido e devem ser recolhidas, no máximo, 1 hora após o término.

A regra também foi descumprida por um restaurante da Rua do Ouvidor, no Centro, que distribuiu mesas e cadeiras na calçada, apesar do movimento escasso. Na região da Praça XV, poucos bares e restaurantes voltaram a funcionar nesta quinta-feira, e para alguns o dia de reabertura autorizada foi na verdade de preparação — no Bar do Gengibre, na Rua Visconde de Itaboraí, por exemplo, o dia foi de limpeza e organização, já que a reabertura está prevista para segunda-feira, 6.

Veja o que passa a valer a partir desta quinta

Bares e restaurantes

  • Funcionar com até metade da capacidade, priorizando o agendamento quando possível
  • Mesas e cadeiras com espaçamento de 2 metros e higienizadas a casa uso
  • Sistema self-service e degustação continuam proibidos
  • Música ao vivo está proibido
  • Cardápios de fácil limpeza ou virtual
  • Janelas e portas abertas e ar-condicionado desligado
  • Uso obrigatório de máscara durante a permanência no espaço, retirando-a só para comer e beber
  • Talheres, pratos e copos higienizados com água quente e detergente e embalados individualmente

Academias

  • Atendimento só com agendamento
  • Distância de 6,25 metros quadrados por pessoa
  • Luta e dança sem contato físico
  • Continuam proibidos sauna, spa e espaço para crianças
  • Piscinas podem ser usadas somente para aulas de natação
  • Crossfit somente com equipamentos de fácil limpeza

Salões de beleza

  • Atendimento só com agendamento
  • Liberação de serviços de tintura de cabelos
  • Uso de máscara é obrigatório para clientes e funcionários
  • Continuam proibidos serviços de maquiagem, limpeza de pele, sauna e massagem

Espaços de depilação e estúdio de tatuagem

  • Atendimento só com agendamento
  • Respeitar 1/3 da capacidade de ocupação
  • Funcionamento nos shoppings de meio-dia às 20h
  • Funcionamento nas ruas das 11 às 17h

Praias ainda restritas

A terceira fase do plano de retomada no município foi dividida pela prefeitura em duas partes. De acordo com a subsecretária Márcia Rolim, a próxima etapa está prevista para o dia 10 deste mês. Só a partir deste momento então podem ser liberados o acesso às praias, competições esportivas com 1/3 da capacidade do público e clubes esportivos.

Na coletiva realizada nesta quarta-feira sobre a nova etapa, Márcia Rolim explicou a decisão:

"Essa terceira fase é extremamente importante, porque diversas atividades poderão retornar. Dividimos a fase 3 em duas etapas, a 3A a partir do dia 2 e a 3B a partir do dia 10 de julho", disse. "As praias continuam fechadas apenas para atividades físicas. Agora, estamos permitindo treinos funcionais, mas atividades em grupo continuam proibidas", disse.

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