Brasil

Barbosa vota contra a indenização da União à Varig

O julgamento - adiado em maio do ano passado retomado na tarde desta quarta-feira, 12 - está dois votos a zero contra o recurso da União


	Joaquim Barbosa: o ministro afirmou que a Varig tinha uma situação "especialíssima", dependente da União
 (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Joaquim Barbosa: o ministro afirmou que a Varig tinha uma situação "especialíssima", dependente da União (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de março de 2014 às 19h19.

Brasília - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, empata neste momento o placar no julgamento a respeito da indenização devida à Varig pela União em decorrência de supostas perdas por causa do congelamento de preços das passagens aéreas durante o governo do ex-presidente José Sarney. O julgamento foi adiado em maio do ano passado e retomado esta tarde.

A ministra Cármen Lúcia, relatora da ação, havia se posicionado a favor da indenização. Na análise do processo no ano passado, a Advocacia Geral da União (AGU) estimou que a indenização cobrada pela extinta companhia aérea alcançaria R$ 3,057 bilhões.

Em seu voto de mais de 30 minutos, o ministro Joaquim Barbosa discordou de Cármen Lúcia. Ele afirmou que a Varig tinha uma situação "especialíssima", dependente da União, sendo quase uma extensão do governo brasileiro. "Se o quadro de excepcionalidade for mesmo confirmado, é imprescindível explicitar origens para que a reparação do dano não seja partilhada pela sociedade, inclusive por pessoas que não receberam nem receberão qualquer benefício", argumentou.

Para Barbosa, parece um "contrassenso" afirmar que o sucesso de uma empresa privada possa depender da ação do estado. "A União não está obrigada a assegurar o sucesso de nenhuma empresa publica ou privada", afirmou. "O patrimônio da União pertence a todos os brasileiros, inclusive àqueles que nunca tiveram oportunidade de voar de avião", afirmou.

Uma decisão favorável do Supremo à empresa, que fechou as portas em 2006, beneficiaria trabalhadores da ativa quando a Varig entrou em recuperação judicial, além de aposentados e pensionistas do fundo de pensão Aerus. 

Atualizado às 19h20.

Acompanhe tudo sobre:companhias-aereasIndenizaçõesJoaquim BarbosaVarig

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas