Brasil

Barbosa: só o PL cooptou 23 deputados com o mensalão

O relator do processo afirmou que as bancadas do PTB e PL dobraram de tamanho no período em que receberam mensalão


	O ministro Joaquim Barbosa: relator afirmou que o governo, por meio do PT, comprava os votos de deputados para garantir a aprovação de projetos de interesse do Executivo
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O ministro Joaquim Barbosa: relator afirmou que o governo, por meio do PT, comprava os votos de deputados para garantir a aprovação de projetos de interesse do Executivo (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2012 às 19h33.

Brasília - O pagamento de mensalão a partidos da base financiou a compra do passe de deputados de outras legendas, inclusive da oposição. O relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, afirmou que o repasse de recursos milionários pelo "partido do governo" ao PTB, PP e PL foi usado também para inflar a base de sustentação do governo Lula.

O relator do processo afirmou que as bancadas do PTB e PL (atual PR) dobraram de tamanho no período em que receberam mensalão. Somente o PL, esmiuçou Barbosa, cooptou 23 deputados no período. A bancada do PP cresceu 30%, conforme o relator, também no período em que os repasses eram feitos.

Na segunda-feira, quando o tribunal começou a julgar os parlamentares beneficiados pelo mensalão, Joaquim Barbosa afirmou que o governo, por meio do PT, comprava os votos de deputados para garantir a aprovação de projetos de interesse do Executivo. E sepultou a tese encampada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo PT e pelos advogados dos réus de que o dinheiro serviu para o pagamento de despesas de campanha, gastos que configurariam a prática de caixa dois.

O então presidente do PL, Valdemar Costa Neto, recebeu R$ 10 milhões, conforme admitiu o operador do mensalão, o empresário Marcos Valério. O PP recebeu R$ 4,1 milhões do esquema. E o PTB recebeu em torno de R$ 5,5 milhões.

O dinheiro era repassado pelo PT para que os deputados votassem de acordo com os interesses do governo. O relator do processo citou, para comprovar a compra de votos, a aprovação das reformas Tributária e da Previdência. A troca de partidos, financiada pelo mensalão, também ajudaria o governo a obter maioria para a aprovação de projetos, especialmente das reformas que, por serem emendas constitucionais, exigiam maioria qualificada.

Na segunda-feira, o relator do processo já havia julgado que o governo Lula, por meio do PT, comprou o ingresso do PP na base aliada. A legenda apoiou a candidatura de José Serra (PSDB-SP) e no início de 2003, mantinha-se na oposição ao governo. Depois, mudou de lado.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEscândalosFraudesJoaquim BarbosaMensalãoPolítica no BrasilSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas