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Barbosa diz não ter temperamento adequado à política

Jornal The New York Times retratou o presidente do STF como uma pessoa direta e sem tato, mas também sem medo de enfrentar o status quo brasileiro


	Joaquim Barbosa: após o mensalão, ministro teria se tornado objeto de fascínio popular
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Joaquim Barbosa: após o mensalão, ministro teria se tornado objeto de fascínio popular (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2013 às 15h25.

São Paulo - Em um longo perfil publicado ontem pelo jornal americano The New York Times, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, é retratado como uma pessoa direta e sem tato, mas também como alguém que não tem medo de enfrentar o status quo brasileiro.

Segundo o perfil, as ações recentes de Barbosa envolvendo o julgamento do mensalão, além de outros casos recentes que passaram pelo tribunal, tornaram o ministro do Supremo objeto de fascínio popular.

Ainda assim, em entrevista concedida ao correspondente da publicação no Brasil, Simon Romero, Barbosa afirmou que seu temperamento não é o mais adequado para o jogo político.

"Eu tenho um temperamento que não se adapta bem à política. Isso porque eu falo o que eu penso", disse Barbosa, personagem do Saturday Profile (perfil de sábado) do NYT. "Não sou candidato a nada", reforçou.

Com relação à recente acusação que fez ao colega de STF, Ricardo Lewandowski, de que o magistrado estaria fazendo "chicana", Barbosa não se desculpou, ressalta o jornal americano. Ele disse à publicação que alguma tensão é necessária para o tribunal funcionar corretamente. "Sempre foi assim", disse ele, afirmando que os argumentos agora são apenas mais fáceis de se ver porque os trabalhos do tribunal são televisionados.

Exuberância

O jornal fez também uma ligação entre o trabalho do tribunal e a onda de protestos que tomou o País. Barbosa explicou que discorda da violência de alguns manifestantes, mas disse também acreditar que os movimentos de rua são "um sinal de exuberância da democracia". "As pessoas não querem ficar passivas e observar esses arranjos da elite, que sempre foi a tradição brasileira", disse ele.

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