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Barbosa condena réus por formação de quadrilha

Barbosa reafirmou que José Dirceu "era quem comandava o chamado núcleo político” e que ele não se afastou das funções do PT quando assumiu a chefia da Casa Civil

Os ministros Joaquim Barbosa (e) e Carlos Ayres Britto, do STF: “É fantasioso o que diz Delúbio que não havia uma prova de formação de quadrilha", disse Barbosa (José Cruz/ABr)

Os ministros Joaquim Barbosa (e) e Carlos Ayres Britto, do STF: “É fantasioso o que diz Delúbio que não havia uma prova de formação de quadrilha", disse Barbosa (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2012 às 16h35.

Brasília – O ministro Joaquim Barbosa, relator da Ação Penal 470, no Supremo Tribunal Federal (STF), indicou hoje (18) que os réus do núcleo político do processo do mensalão devem ser condenados por formação de quadrilha. Integram esse grupo o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro da legenda Delúbio Soares.

Ao retomar o voto iniciado ontem (17), Barbosa reafirmou que José Dirceu "era quem comandava o chamado núcleo político” e que ele não se afastou das funções do PT quando assumiu a chefia da Casa Civil. Barbosa ainda lembrou o episódio em que a ex-esposa de Dirceu, Angela Saragoça, foi beneficiada pela venda de um imóvel a Rogério Tolentino, sócio do publicitário Marcos Valério.

Para Joaquim Barbosa, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares era o principal elo entre o núcleo político e o núcleo publicitário e tinha a tarefa de indicar os valores beneficiários ao grupo. "Ele era o braço operacional do núcleo político", disse, ao citar a proximidade de Delúbio com o publicitário Marcos Valério no período eleitoral de 2002.

“Foi desse contexto que Delúbio Soares, na companhia de Marcos Valério e José Genoino, atuou em contrato no valor de R$ 10 milhões no Banco Rural e foi renovado mais de dez vezes, mesmo sem ter patrimônio”, analisou Barbosa. Segundo o ministro, o banco prestava informações falsas ao Banco Central sobre os empréstimos, que eram usados para lavar dinheiro.

“É fantasioso o que diz Delúbio que não havia uma prova de formação de quadrilha. Os laudos apontam o contrário. Há provas que Delúbio além de funcionar como braço do núcleo político, era o principal elo entre o núcleo político e o publicitário. Genoino era o interlocutor político. Cabia a ele formular os acordos com os líderes de governo”, argumentou Barbosa.

O ministro ainda disse que, apesar de ser presidente do PT na época do esquema, Genoino não tinha autonomia para “bater o martelo nos acordos do partido."

Neste momento, Joaquim Barbosa prossegue seu voto sobre as imputações referentes aos réus do núcleo publicitário e do núcleo financeiro.

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