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Banco Central terá espaço para cortar juros em 2011, diz Mantega

Dilma deve reduzir ritmo de expansão das despesas, afirma o ministro

Mantega também criticou o pacote de US$ 600 bi do Fed à economia dos EUA (Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL)

Mantega também criticou o pacote de US$ 600 bi do Fed à economia dos EUA (Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2010 às 17h41.

15 de novembro -- O Banco Central terá espaço para baixar a taxa básica de juros no próximo ano, pois a presidente eleita Dilma Rousseff vai reduzir o ritmo de expansão do gasto público, disse o ministro da Fazenda Guido Mantega.

“Eu acho que o banco central já pode baixar em 2011,” disse Mantega em entrevista no dia 13 de novembro em Seul, pouco antes de embarcar para o Brasil. “Nós vamos criar as condições para abrir espaço para os juros caírem. Quanto vai cair eu não sei, mas posso garantir que ele vai cair.”

Os operadores de mercado discordam da previsão do ministro. Os contratos com juros futuros mostram que o mercado aposta que os diretores do Banco Central vão subir a Selic no início do próximo ano para conter a inflação, que superou a meta anual de 4.5 por cento nos dois últimos meses.

Mantega disse que Dilma, que assume a Presidência dia 1 de janeiro, tem o compromisso de eliminar o déficit público até o final de 2014 e de reduzir a dívida pública líquida para cerca de 30 por cento do produto interno bruto. A dívida está hoje em 41 por cento.

Segundo Mantega, o próximo governo poderá reduzir gastos e diminiur os subsídios concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, uma vez que o crescimento econômico já não depende tanto de um “papel mais ativo” do Estado.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro de janeiro de 2012 subiu 18 pontos-base, ou 0.18 pontos percentuais, desde que Dilma venceu as eleições em 31 de outubro. A taxa do contrato caiu 5 pontos-base para 11.52 por cento em 12 de novembro.

Déficit em queda

O déficit público brasileiro encolheu para 2.36 por cento nos 12 meses terminados em setembro, o nível mais baixo em 21 meses, após o governo vender reservas de petróleo para a Petróleo Brasileiro SA. O déficit chegou a crescer para 4.5 por cento do produto interno bruto em outubro de 2009 em meio a crise mundial que levou o governo a expandir gastos e cortar impostos.

Desde 2009, o governo injetou no BNDES, com sede no Rio de Janeiro, R$ 205 billhões com o intuito de aumentar a oferta de crédito subsidiado para investimentos no Brasil.

“Os subsídios vão ser reduzidos,” disse Mantega. “Nós vamos criar as condições para que o setor privado conceda empréstimos de longo prazo.”

O Banco Central manteve a taxa de juros inalterada em 10.75 por centro nas suas duas últimas reuniões, depois de elevá-la 200 pontos-base ao longo do ano. A autoridade monetária estima que a inflação vai se desacelerar para 4.6 por cento no próximo ano sem a necessidade de novos aumentos de juros, de acordo com o relatório de inflação publicado em 30 de setembro.

Inflação

Os preços aos consumidores subiram 0.75 por centro em outubro, supreendendo 40 de 41 um analisas entrevistados pela Bloomberg, que esperavam uma alta menor. A inflação anual se acelerou para 5.2 por cento.

A queda na taxa de juros vai ajudar o Brasil a conter a alta do real, disse Mantega.

A produção industrial contraiu 0.2 por centro entre setembro e agosto, a quinta queda em seis meses, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítica.

“É por isso que o câmbio é importante para nós. Ele barateia artificialmente o produto manufaturado de fora que vem competir com os manufaturados brasileiros,” disse Mantega. “Isso é um problema que será atacado pelo próximo governo.”

O dólar subiu 0,4 por cento para R$ 1,7222 no dia 12 de novembro.

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