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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Rio de Janeiro - Os bancários do Rio de Janeiro paralisam hoje (22), parcialmente, as atividades nas agências do centro da cidade. A iniciativa faz parte do Dia Nacional de Luta da categoria. Na manhã de ontem (21), 45 agências de vários bancos na Avenida Rio Branco, principal via no centro da capital, não abriram as portas. A mobilização ocorre em todo o Brasil e os representantes da categoria farão uma reunião hoje (22) com a Federação Nacional dos Bancos.
De acordo com um dos diretores do Sindicato dos Bancários no Rio de Janeiro, Marcelo Azevedo, as paralisações são decorrentes de um longo processo "em que o patronato, apesar de ser o que mais lucra no país, não apresentou nada à categoria".
"A gente espera que os banqueiros tenham o entendimento de que é necessário repassar grande parte desses lucros para os bancários, que fizeram esse resultado. Se a negociação não avançar e não tiver nenhuma resposta concreta e aceitável para os bancários e bancárias, nós vamos fazer uma grande assembleia no dia 28. E no dia 29 vamos deflagrar a greve nacional da categoria", destacou.
Azevedo enfatizou que, apesar do lucro dos bancos, há registro de muitas demissões. Além disso, a categoria é uma das que mais tem recorrido a tratamentos psiquiátricos, dependência química e sofrido com doenças no trabalho. "Os funcionários têm péssima condição de trabalho e são mal pagos", disse.
Os bancários reivindicam 11% de reajuste, participação nos lucros e resultados (PLR) de três salários, mais R$ 4,5 mil. Também estão na pauta questões relacionadas a assédio moral, dignidade, local de trabalho e diversidade.
"É uma pauta bem ampla, que não aponta só para a categoria bancária. Entre as reivindicações que nós apresentamos estão a contratação de mais bancários e que o atendimento nos bancos seja das 9h às 17h com dois turnos, gerando mais empregos para a categoria e melhor atendimento à população", afirmou.
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) informou, por meio de sua assessoria, que a paralisação ocorre fora de contexto já que na semana passada foi acertado em reunião que as propostas seriam apresentadas hoje (22). A federação entende como legítimas as manifestações e passeatas, mas não concorda com a paralisação no momento em que um acordo está em negociação.
A reunião da categoria com os representantes dos bancos federais será realizada amanhã (23). A expectativa dos trabalhadores é de que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica apresentem suas propostas.
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