Greve geral: bancários e professores de escolas particulares de São Paulo aderem o movimento, que tem ato marcado para o Masp (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)
Felipe Giacomelli
Publicado em 12 de junho de 2019 às 16h36.
Última atualização em 13 de junho de 2019 às 14h42.
São Paulo — O Sinpro (Sindicato dos Professores de São Paulo) anunciou nesta quarta-feira (12) que ao menos 32 escolas particulares de São Paulo vão aderir à greve geral prevista para esta sexta-feira (14), contra a reforma da Previdência.
A adesão foi decidida em assembleia da categoria, no SinproSP, dia 1º de junho.
Professores de escolas tradicionais da cidade, como Santa Cruz, Notre Dame, Lycée Pasteur, Vera Cruz e Escola da Vida vão paralisar as atividades.
Até o momento, também decidiram parar os colégios Alecrim, Arco, Aretê, Arraial das Cores, Bakhita, Casa de Aprendizagens, Criarte, Equipe, Espaço Brincar, Fazendo Arte, Garcia Yago, Giordano Bruno, Gracinha, Hugo Sarmento, Invenções, Ítaca, Maria Boscovitch, Micael Waldorf, Ofélia Fonseca, Oswald de Andrade, Politeia, Pré-escola Quintal do João Menino, Santi, São Domingos, Viva e Waldorf São Francisco. O Sinpro havia informado que os professores do Arquidiocesano tinham aderido à grave, mas o colégio nega que a unidade será fechada nesta sexta.
O Colégio Santa Cruz, no Alto de Pinheiros, zona oeste da capital, diz que os professores decidiram participar da greve, aderindo de forma parcial. Por isso, as aulas estão mantidas.
Já no colégio Equipe, em Higienópolis, no centro da capital, a direção enviou aos pais uma carta nesta terça-feira, 11, comunicando a adesão dos professores e funcionários e a suspensão das aulas nesta sexta. A reposição do dia letivo já foi marcada para o dia 29 de julho.
"Entendemos que o papel social desta escola ultrapassa os muros da nossa instituição, assim, nos vemos mobilizados a defender a educação em contextos mais amplos, de forma política, democrática e suprapartidária", diz carta enviada pelos professores.
Dentre os pontos que discordam da proposta da reforma previdenciária enviada ao Congresso, está o fato de que os professores deixarão de ter reconhecida uma aposentadoria especial.
A escola de educação infantil Jacarandá, no Pacaembu, decidiu pela suspensão das aulas sob a justificativa de que a greve de várias categorias, como bancários e trabalhadores dos transportes públicos, "compromete as possibilidades de deslocamento na cidade e a segurança de todos".
O SIEEESP (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo), que representa as escolas particulares no Estado de São Paulo, informa em nota que é a favor das reformas, principalmente a da Previdência, e que não apoia a paralisação.
"Assim, orientamos a todos os estabelecimentos de educação básica no Estado de São Paulo, que as atividades escolares transcorram normalmente no próximo dia 14 de junho, sem o abono às eventuais faltas ocorridas", escreve o SIEESP.
Os professores das redes municipal e estadual de São Paulo também estão mobilizados para paralisar as atividades das escolas públicas nesta sexta-feira.
O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região definiu por unanimidade, em assembleia na noite desta terça (11), se juntar ao movimento.
“O número de desempregados chegou a 13,2 milhões. Temos ainda 5 milhões de desalentados e 28,4 milhões de subutilizado. E a informalidade avança no mercado pós-reforma trabalhista. Quem nesse país vai conseguir alcançar os 20 anos de contribuição para a aposentadoria? E os 40 anos de contribuição para se aposentar com o benefício integral? É impossível”, afirma Ivone Silva, presidente do sindicato dos bancários, em nota.
No Rio, o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e Financiários do Município do Rio de Janeiro também decidiu paralisar as atividades nesta sexta.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) reforçou em plenária, na noite de segunda-feira (10), a participação dos trabalhadores dos sistemas rodoviário, metroviário e ferroviário de Grande São Paulo, da Baixada Santista e de outras cidades do interior do estado.
A greve geral está marcada para a partir da 0 hora da próxima sexta-feira (14) com duração prevista de 24 horas.
A Prefeitura de São Paulo informou na tarde de hoje que a SPTrans protocolou uma Tutela Provisória de Urgência no Tribunal Regional do Trabalho, e obteve decisão liminar favorável.
"Considerando que se trata de atividade essencial e sua operação deve ser mantida, houve a determinação para que se mantenha o serviço, em especial nos horários de pico entre 5h e 9h e entre 17h e 20h, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia, no caso de descumprimento."
(Com informações de Isabela Palhares, do Estadão Conteúdo)