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Bahia decreta dois dias de restrição total a partir de sexta-feira

A medida, segundo o governador do estado, é a única maneira de tentar frear o avanço da pandemia de coronavírus

Uma rua vazia na Ladeira do Pelourinho em meio à pandemia de coronavírus. (Bruna Prado/Getty Images)

Uma rua vazia na Ladeira do Pelourinho em meio à pandemia de coronavírus. (Bruna Prado/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de fevereiro de 2021 às 18h25.

Última atualização em 25 de fevereiro de 2021 às 21h19.

Salvador e outros 416 municípios da Bahia terão as atividades não essenciais suspensas por dois dias, a partir das 17h desta sexta-feira, 26. O anúncio foi feito pelo governador do Estado, Rui Costa (PT), em coletiva conjunta com o prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), e gestores da Região Metropolitana, na manhã desta quinta-feira, 25. A medida, segundo o governador, é a única maneira de tentar frear o avanço da pandemia de coronavírus.

Estão suspensas todas as atividades consideradas não essenciais, a exemplo do funcionamento do comércio, bares e restaurantes. Cinema, teatro, todas as atividades culturais, e até as políticas e religiosas, também estão suspensas. O governo prefere, contudo, não denominar a medida um lockdown, que é o bloqueio da circulação de pessoas, sobretudo a locais públicos, além do funcionamento de determinados estabelecimentos, por determinação do Estado e sob punição.

"Não será permitido funcionamento em nenhum horário de bar e restaurante, exceto por delivery, que estamos esticando até a meia-noite. Não haverá transporte público durante o toque de recolher."

Também está proibida a venda de bebida alcoólica até mesmo nos supermercados. Um dos serviços essenciais, o esquema de vacinação, retomado hoje, funciona normalmente durante o fim de semana.

Na Bahia, a suspensão das atividades será iniciada de forma gradativa, sendo o comércio de rua suspenso às 17h, os bares e restaurantes às 18h e, por último, os shoppings, às 20h. De acordo com Rui Costa, o objetivo é escalonar o uso do transporte público. Outras decisões podem ser tomadas até domingo, 28.

À beira do colapso

A situação da Bahia começou a se agravar nas últimas duas semanas, o que elevou a taxa de ocupação de leitos de UTI para 83% nesta quinta-feira, 25. Das 1.113 vagas reservadas à terapia intensiva para adultos, 922 estão ocupadas. Na UTI pediátrica, a ocupação é de 64%. Os leitos de enfermaria destinados aos adultos atingiram 59% do limite. São 1.028 vagas, mas 609 já estão preenchidas. Quanto aos voltados para as crianças, são 37 ocupados, de um total de 51, o que corresponde a 73% da capacidade.

Segundo o governador, 195 pessoas aguardam na fila de regulação por vagas em leitos de UTIs, o que eleva a taxa de ocupação da rede para 82%, à beira de um colapso. "Apesar dos esforços, da ampliação de leitos, cresce o número de pacientes internados. Então, conjuntamente, decidimos interromper as atividades não essenciais. Pouquíssimas estarão permitidas, apenas as que têm relação com a saúde pública e alimentação", afirmou Rui, ao adiantar que as restrições estão válidas até as 5h da segunda-feira, 29.

Prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM) reforçou o discurso do governador e afirmou que a capital regulou, nas últimas 24 horas 66 pacientes das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). "E ainda temos 67 em espera. Efetivamente, este é o pior momento da pandemia. É um número que supera o dobro do pico da primeira onda, quando precisamos regular 64 ao todo".

Até as 15h desta quinta-feira, o Estado havia registrado 669.821 casos de covid-19. Destes, 19.067 estão ativos e outros 639.286 se recuperaram. A Bahia registrou um total de 11.468 mortes pelo novo coronavírus.

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