Câmara Municipal do Rio: decisão de Eliomar, autor do requerimento de criação da CPI, foi tomada um dia depois da revogação da liminar que suspendia os trabalhos desta (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2013 às 17h07.
Rio - Autor do requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o vereador Eliomar Coelho (PSOL) decidiu nesta quinta-feira, 29, abandonar a comissão.
O vereador anunciou sua renúncia durante a reunião com os vereadores Renato Cinco (PSOL), Paulo Pinheiro (PSOL), Reimont (PT), Teresa Bergher (PSDB), Marcio Garcia (PR), Leonel Brizola Neto (PDT) e Jefferson Moura (PSOL) - que também discordam da atual composição da CPI.
A decisão de Eliomar foi tomada um dia depois da revogação da liminar que suspendia os trabalhos da CPI. O bloco de oposição anunciou que vai recorrer da decisão da Justiça.
"Desde o início eu afirmei que a comissão, do jeito que foi formada, não tem legitimidade. Primeiro tentamos resolver na base da conversa, da política. Depois usamos instrumentos regimentais. Por fim recorremos à Justiça. Se eu acho que a CPI não é legítima, tenho que manter a coerência e não posso fazer parte dela. Mas isso não significa que vamos cruzar os braços diante do problema do serviço de ônibus na cidade do Rio. Vamos continuar trabalhando e exigindo respostas aos questionamentos", disse.
Ainda durante a reunião, ficou decidido que nenhum dos outros três vereadores do PSOL assumirá a vaga de Eliomar. Ainda não está definido quem o substituirá. Mesmo com a renúncia, está confirmada a sessão da CPI marcada para esta sexta-feira, 30.
Dos cinco membros da comissão, quatro são da base de apoio ao prefeito Eduardo Paes (PMDB) e nenhum deles assinou o pedido de instalação da comissão: Chiquinho Brazão (presidente), Professor Uóston (relator), Jorginho da SOS (todos do PMDB) e Renato Moura (PTC).
Briga na Justiça
Nessa quarta-feira, 28, a juíza Roseli Nalin, da 5ª Vara da Fazenda Pública, determinou que a CPI dê prosseguimento aos trabalhos.
Na semana passada, seis vereadores de oposição ingressaram na Justiça pedindo mais uma vaga para o grupo oposicionista na composição da CPI. Na quinta-feira (22), a Justiça concedeu liminar suspendendo os trabalhos da CPI para analisar o caso. Na segunda-feira (26), o presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB), apresentou seus argumentos, alegando que a distribuição de vagas na CPI atendeu às exigências legais.
"A proporcionalidade aplicada no âmbito eleitoral e parlamentar tem critério próprio e diferenciado. Se a sua aplicação em algumas situações não enseja em resultado satisfatório, isto se deve pela composição da Casa e não poderá ser revista pelo Judiciário", escreveu a magistrada em sua decisão.