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Autor de parecer falho viaja para Europa em férias

Durante a sua gestão na área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró defendeu a polêmica compra da refinaria de Pasadena


	Chaminé em plataforma de Petróleo da Petrobras: ontem, Dilma disse que só apoiou em 2006 a compra de 50% da refinaria porque recebeu "informações incompletas"
 (Sérgio Moraes/Reuters)

Chaminé em plataforma de Petróleo da Petrobras: ontem, Dilma disse que só apoiou em 2006 a compra de 50% da refinaria porque recebeu "informações incompletas" (Sérgio Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de março de 2014 às 16h24.

Brasília - Em meio à polêmica sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró viajou nesta quarta-feira para a Europa de férias, segundo uma pessoa próxima ao atual diretor financeiro da BR Distribuidora. Durante a sua gestão na área Internacional, ele defendeu a compra da refinaria.

O "resumo executivo" sobre o negócio foi elaborado em 2006 pela diretoria que ele comandava. Ontem, a presidente Dilma Rousseff disse que só apoiou em 2006 a compra de 50% da refinaria porque recebeu "informações incompletas" de um parecer "técnica e juridicamente falho".

Pouco antes das 14h (horário de Brasília), Cerveró já havia deixado sua residência em direção ao aeroporto. Partidos de oposição querem apresentar requerimento para convocá-lo a depor na Câmara dos Deputados sobre as afirmações da presidente a respeito da compra de Pasadena, em condições desfavoráveis à Petrobrás.

Cerveró se comprometeu em 2007 com a aquisição de 50% da refinaria por US$ 785 milhões, sendo US$ 85 milhões referentes a uma "alocação especial" não discriminada. A Petrobras comprou a primeira metade da refinaria em 2006 por US$ 360 milhões.

Funcionário da Petrobras desde 1975 e com formação em engenharia química, Cerveró assumiu o posto de diretor internacional da companhia no início de 2003. Ele foi indicado pelo senador Delcídio Amaral (PT).


O senador, no entanto, negou nesta quarta que tenha sido responsável pela indicação. "Em 2003 fui consultado pelo governo sobre o nome de Cerveró para a diretoria e não vi nenhum óbice, era um funcionário de carreira da empresa", afirmou Amaral, que também é ex-diretor da Petrobras.

O senador disse ainda que à época da compra não estava mais na direção da empresa. "No que se refere à tramitação de projetos, acho pouco provável que algum processo chegue ao conselho sem estar devidamente instruído para liberação dos diretores e conselheiros."

Também no início de 2003, José Sérgio Gabrielli foi nomeado diretor financeiro e de relações com investidores. Em 2005, Gabrielli assumiu a presidência da empresa, função que ocupou até 2012.

Em 2008, em meio a uma disputa política entre PT e PMDB na Petrobras, Delcídio perdeu a queda de braço na estatal e Cerveró teve que deixar o cargo, que foi depois ocupado por Jorge Zelada. O seu substituto seria indicado do PMDB.

O ex-diretor foi então deslocado para a diretoria financeira da BR-Distribuidora. À época da mudança, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, desconversou ao ser indagado sobre o "padrinho político" que havia sugerido o nome de Zelada para o cargo.

Cerveró começou na Petrobras pelo setor de refino. Foi assessor da presidência para desenvolvimento de novos negócios. Na área de gás e energia, ocupou as funções de diretor gerente e gerente de Termelétricas na Superintendência de Participações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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