Escolas: a volta às aulas ocorre em meio à segunda onda da pandemia de covid-19 no Brasil (Amanda Perobelli/Reuters)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 14 de janeiro de 2021 às 12h19.
Última atualização em 14 de janeiro de 2021 às 15h21.
A prefeitura de São Paulo decidiu, nesta quinta-feira, 14, retomar as aulas presenciais a partir do dia 1º de fevereiro. O protocolo segue o que foi determinado pelo governo do estado, na terça-feira, 12, que autorizou a retomada das atividades, mas com 35% da capacidade. A medida vale para as redes municipal, estadual e privada.
“Não há evidência suficiente de que as crianças sejam caso índice de transmissão. Fizemos um longo período de análise para tomarmos a decisão”, explicou o secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido.
A prefeitura não descartou o modelo de rodízio para atender todos os alunos, mas deixou a decisão a cargo de cada unidade escolar, desde que respeite a capacidade máxima.
Ainda segundo Edson Aparecido, o protocolo sanitário será único para a rede pública e privada, com o uso obrigatório de máscaras e disponibilidade de álcool em gel. Professores com mais de 60 anos e comorbidades não devem retornar ao trabalho de forma presencial.
Desde novembro estavam autorizadas as aulas presenciais no ensino médio e superior. No ensino fundamental e infantil só eram permitidas atividades extracurriculares, como aulas de reforço e de língua estrangeira.
O secretário municipal de Educação, Fernando Padula, explicou que na rede municipal as atividades começam presenciais para os alunos somente no dia 15 de fevereiro. Antes disso, os professores e funcionários farão os preparativos das unidades e o planejamento pedagógico.
Para tomar a decisão, a prefeitura realizou um novo inquérito sorológico para entender o tamanho da doença na cidade e qual a taxa de transmissão. O secretário Edson Aparecido explicou que a prefeitura decidiu fazer um novo inquérito para ajudar nas decisões de controle da pandemia.
Nesta primeira etapa foram testadas 1.960 pessoas, entre os dias 5 e 7 de janeiro, e a prevalência ficou em 14%. Considerando a população de 12,25 milhões, significa que 1,7 milhão de pessoas já tiveram a doença na cidade.
Em 2020, o município realizou um inquérito sorológico com oito fases de testagem em adultos e quatro etapas em crianças em idade escolar. A prevalência da última testagem ficou em 13% nos adultos e em 16% nas crianças e adolescentes. Ou seja, a prevalência geral ficou dentro da margem de erro da pesquisa, que é de 4%.
A vigilância sanitária vai ainda monitorar em tempo real uma escola em cada uma das 28 regiões de saúde. Este processo será uma maneira de testar qual o impacto do retorno de atividade escolar no possível aumento da doença. Caso seja identificado algum problema, novas medidas podem ser tomadas.