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Augusto Heleno: "Esse carimbo de que Bolsonaro é fascista é absurdo"

Para o possível ministro da Defesa, a ameaça à democracia só estava vendo quem tinha preconceito contra o presidente eleito

Bolsonaro e Heleno: o general classificou a ideia de os militares comandarem o país como uma "loucura" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Bolsonaro e Heleno: o general classificou a ideia de os militares comandarem o país como uma "loucura" (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de outubro de 2018 às 08h59.

Última atualização em 31 de outubro de 2018 às 14h21.

Rio de Janeiro — Um dos principais auxiliares de Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno rechaçou a ideia de que a eleição do deputado represente um risco à democracia do país.

"Ameaça à democracia só estava vendo quem tinha preconceito contra Bolsonaro", afirmou Heleno após deixar a casa do presidente eleito neste domingo. "Esse carimbo no Bolsonaro de que ele é fascista é um absurdo".

O general, que deve assumir o Ministério da Defesa, falava aos jornalistas quando apoiadores de Bolsonaro cercaram o grupo e começaram a gritar palavras de ordem.

Questionado sobre a postura dos eleitores de Bolsonaro, Heleno afirmou que a imprensa terá de "se acostumar" com manifestações desse tipo.

"Isso é manifestação democrática. Quando acontece contra vocês, acham que é ameaça à democracia. Mas, quando são coisas ditas pela imprensa, aí está tudo bem. Oposição acontece. Manifestação desse tipo tem que levar numa boa", afirmou. "Incomoda? Incomoda. Como incomoda muita coisa que a imprensa fala sem fundamento."

Heleno afirmou que o papel dos militares no novo governo será o mesmo de "décadas". "Vão continuar apartidários, apolíticos e fazendo sua tarefa constitucional e todas as outras que a nação lhes impõe", disse.

Questionado sobre se os generais irão governar o país na administração Bolsonaro, Heleno reagiu exaltado e classificou a ideia como uma "loucura". "Isso só cabe na cabeça de quem não conhece. Isso é palhaçada. É bobagem sem tamanho", afirmou.

Segundo Heleno, a pergunta partiu de um "preconceito" e de uma "vontade de criar conflito". Ele afirmou que é preciso retomar a honestidade intelectual no país.

"As pessoas fazem perguntas que sabem que são prejudiciais, anunciam coisas que sabem que são mentirosas. Uma das minhas maiores aspirações é que nossa juventude recupere a honestidade intelectual. É tão grave como a honestidade material", afirmou.

Amazônia

Heleno afirmou que não adiantaria prioridades do governo Bolsonaro, pois não será "primeiro-ministro" e caberá ao presidente eleito definir o caminho a seguir.

Sem falar sobre medidas específicas, disse que o governo Bolsonaro pretende preservar a Amazônia e incentivar sua exploração de forma sustentável.

"Queremos que a selva seja totalmente protegida, resguardada para nós brasileiros", disse. "Você tem que fazer uma consciente exploração sustentável da Amazônia. Só a biodiversidade da Amazônia, numa previsão pessimista, são vários trilhões de dólares. Isso tem que ser explorado em favor do Brasil", afirmou.

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