Acusados: Leite e Pagnozzi lideravam organização criminosa que agia no Carf (Vagner Rosário/VEJA)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de julho de 2017 às 14h34.
São Paulo - O auditor da Receita Federal em São Paulo Eduardo Cerqueira Leite, preso na Operação Zelotes nesta quarta-feira, 26, recebeu propina de R$ 1,5 milhão no esquema de fraude instalado no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o chamado "Tribunal da Receita". A informação é da Procuradoria da República em Brasília.
Além de Cerqueira Leite foi preso nesta quarta o advogado Mário Pagnozzi, que alegou mal estar e foi internado em um hospital de São Paulo sob vigilância da Polícia Federal. Segundo a Procuradoria, Cerqueira Leite e Pagnozzi lideravam organização criminosa que agia no Carf.
As ordens de prisão contra o auditor e o empresário foram dadas pelo juiz federal Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal. Vallisney acatou os argumentos da Procuradoria de que os dois estavam atuando "em obstrução à Justiça e ainda ocultando bens adquiridos em decorrência da prática de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa".
Cerqueira Leite e Pagnozzi são alvos de ações penais no âmbito da Zelotes. A denúncia mais recente foi recebida pela Justiça Federal, em Brasília, na segunda-feira, 24, e envolve a atuação deles e de outros nove investigados "com o propósito de assegurar decisões favoráveis ao BankBoston" em fraude que teria alcançado meio bilhão de reais.
A reportagem não localizou as defesas de Cerqueira Leite e de Mário Pagnozzi até a publicação desta matéria. O espaço permanece aberto para suas manifestações.