Dois alemães beijam brasileira em São Paulo após a derrota por 7 a 1 (REUTERS/Nacho Doce)
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2014 às 18h21.
São Paulo – As interações amorosas entre moradoras do país e estrangeiros foi alvo de matéria da agência Associated Press (AP). Sob o título de “Brasileiras celebram bonança de homens na Copa”, a reportagem aborda a comemoração das mulheres com a presença de “gringos” nas ruas.
O texto foi publicado também pelos sites do Washington Post, New York Post, Fox News e diversos veículos ao redor do mundo.
“Eles são bonitos, doces, humildes e generosos. Eles respeitam as mulheres e não chegam forte como os homens brasileiros, que apenas pegam você e tentam beijar de cara. Eles são muito mais cavalheiros“, disse a carioca Renata de Mouro Moitinho, de 22 anos, à AP.
Ela e um grupo de amigas estavam na Fifa Fan Fest do Rio de Janeiro para “caçar estrangeiros”. No dia em questão, ensinavam um desajeitado italiano a dançar.
Este tipo de interação focado pela Associated Press – entre homem estrangeiro e mulher brasileira – faz mais sentido, pelas estatísticas, que o inverso.
Dados consolidados de São Paulo mostram que 82% dos turistas de fora que passaram pela cidade são homens.
O interesse em se relacionar foi detectado pelo aplicativo Tinder, que aumentou em quase 50% o número de usuários duas semanas após o início da Copa, e foi explicitado pelo Tumblr “Tinder na Copa”, que reúne os “bonitões” do aplicativo.
"Bem mais meninas retribuíram meu interesse aqui do que na Inglaterra", foi o que disse um britânico ao portal G1 no começo do mês.
“A Copa do Mundo é um presente de Deus para as mulheres”, afirmou Renata à reportagem da AP, que cita ainda um suposto desequilíbrio demográfico na proporção de pessoa do sexo masculino e feminino no país.
Mas há abusos
Os breves relacionamentos de Copa não ocorrem sem vários percalços. Pipocam relatos de agressão e de turistas que passam dos limites, como reconhece a própria matéria.
“Percepções equivocadas sobre as mulheres brasileiras e mal-entendidos sobre rituais de namoro podem ter desempenhado um papel em tais incidentes”, diz o texto em referência a casos de abuso em Belo Horizonte.
A Prefeitura de Curitiba foi bem enfática após alguns registros na cidade logo no começo do mundial. “Independente de onde você seja, você deve respeitar nossas mulheres”, diz a campanha.
O UOL colecionou relatos de brasileiras que se sentiram ameaçadas em locais de grande concentração de pessoas, como Vila Madalena, em São Paulo, e Lapa, no Rio de Janeiro. Vários deles mencionam estrangeiros.
Estes são os problemas graves. Mas há casos de decepção que envolvem questões mais amenas.
Um norte-americano entrevistado pela Associated Press reclamou que, ao sair com uma garota em Brasília, viu logo que ela só queria que ele custeasse a sexta à noite dela.
“Depende do tipo de pessoa, mas você tem a impressão de que algumas mulheres aqui acham que se você é um estrangeiro, você é rico, o que não é o meu caso. Eu sou apenas um mochileiro”, desabafou ele.