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Ato por Marielle e Anderson reúne milhares no centro do Rio

Com o apoio de um carro de som, os manifestantes se concentraram junto à Igreja da Candelária

Ato: lideranças gritavam frases como "Marielle vive, favela resiste e vidas negras importam" (Ricardo Moraes/Reuters)

Ato: lideranças gritavam frases como "Marielle vive, favela resiste e vidas negras importam" (Ricardo Moraes/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 20 de março de 2018 às 21h18.

Um ato em memória da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes reuniu milhares de pessoas no centro do Rio, na noite desta terça-feira (20). Com o apoio de um carro de som, os manifestantes se concentraram junto à Igreja da Candelária e depois seguiram pela Avenida Rio Branco até a Cinelândia, onde foi marcado um ato ecumênico.

Carregando faixas e cartazes pedindo justiça e vestindo camisetas estampadas com o rosto de Marielle, os manifestantes lembraram a luta da vereadora pelo direito da população negra, pobre, moradores de favelas e LGBTs. Do alto do carro de som, lideranças gritavam frases como "Marielle vive, favela resiste e vidas negras importam".

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) discursou e exigiu apuração rápida do crime. "O medo não prevalecerá sobre a nossa resistência, neste Estado de exceção", disse Glauber.

O integrante do PSTU Cyro Garcia disse que é necessário identificar quem apertou o gatilho e também os mandantes do crime. "As balas que mataram Marielle não vão nos calar. Nossa juventude negra está exposta a uma pena de morte informal", disse.

A esposa de Anderson, Ágatha Reis, também discursou e lembrou da violência diária que atinge os moradores do Rio de Janeiro. "Nós representamos as pessoas que saem de casa todo dia e não sabem se vão voltar", disse Ágatha. Também discursaram parentes de jovens mortos em chacinas ou em confrontos com a polícia. Muitos desses crimes até hoje continuam sem solução.

Durante o ato, uma das placas de identificação da Avenida Rio Branco foi adesivada com o nome "Rua Marielle Franco".

Anderson e Marielle foram mortos a tiros na noite da última quarta-feira (14), no bairro do Estácio, após serem perseguidos por dois carros, desde a Lapa, onde ela participou de seu último compromisso político.

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