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Ato pede elucidação de chacina que matou 18 em São Paulo

Os ativistas vestidos de preto se amordaçaram, em frente ao Museu de Arte de São Paulo, e seguraram uma faixa pedindo a elucidação do caso


	Vista aérea de Osasco: “A sociedade precisa saber o que aconteceu, para evitar que aconteçam novos casos”, disse Cláudio Nishikawara, voluntário da Rio de Paz
 (Chadner/ Wikimedia Commons)

Vista aérea de Osasco: “A sociedade precisa saber o que aconteceu, para evitar que aconteçam novos casos”, disse Cláudio Nishikawara, voluntário da Rio de Paz (Chadner/ Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2015 às 09h14.

Voluntários da ONG Rio de Paz fizeram ato, por volta das 8h de hoje (20), em solidariedade às famílias das 18 pessoas assassinadas na chacina que ocorreu no último dia 13 nas cidades de Osasco e Barueri.

Os ativistas vestidos de preto se amordaçaram, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, e seguraram uma faixa pedindo a elucidação do caso.

“A sociedade precisa saber o que aconteceu, para evitar que aconteçam novos casos”, disse Cláudio Nishikawara, voluntário da Rio de Paz, que coordenou o protesto. Segundo ele, os voluntários se amordaçaram para simbolizar o medo.

“A gente está percebendo que as pessoas da região de Barueri e de Osasco não se manifestam com medo de retaliação”, declarou.

A Rio de Paz, que atua em defesa da vida, quer oferecer apoio jurídico e social às famílias. Para Cláudio, é revoltante o fato de o assassinato em série não ter recebido repercussão na mídia.

“Chacina dessas, se ocorresse em Moema, nos Jardins, em Perdizes [bairros nobres da capital paulista], teria muito mais cobertura da imprensa. Muito mais sensibilidade da sociedade paulistana. O problema é a cultura de tratarmos quem mora em periferia, nos lugares menos favorecidos, como os 'matáveis'. Quase como se fosse uma higienização social”, disse ele.

Na última segunda-feira (17), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou a recompensa da R$ 50 mil por informações que ajudem a elucidar a chacina.

Para receber a recompensa, o denunciante deve repassar as informações pelo sistema do Web Denúncia. A página funciona 24h por dia e garante o anonimato do informante.

As investigações apontam que três grupos foram responsáveis pelos ataques e que pelo menos 10 criminosos participaram da chacina. O secretário de Estado de Segurança Pública, Alexandre Moraes, não descarta a possibilidade de envolvimento de policias nas mortes.

Segundo os dados da ouvidoria, de janeiro a julho deste ano, policiais militares em serviço mataram 454 pessoas no estado. No mesmo período, 32 policiais foram mortos (23 fora de serviço). Em todo o ano de 2014, policiais militares em serviço mataram 801 pessoas.

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