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Órgão faz ato pela liberdade de expressão e apoia Lula em SP

Centro de estudos defendeu a liberdade de expressão e acusou Grupo Globo de intimidar jornalistas que investigam o caso do triplex dos Marinho em Paraty (RJ)


	Lula em São Bernardo do Campo: manifestação também apoiou o ex-presidente em relação à condução coercitiva sofrida na semana passada
 (Agência Brasil)

Lula em São Bernardo do Campo: manifestação também apoiou o ex-presidente em relação à condução coercitiva sofrida na semana passada (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2016 às 23h52.

O Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, com apoio do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, fez na noite de hoje (7) um ato em defesa da liberdade de expressão, contra a Rede Globo, em favor de blogs e mídias alternativas, além de demonstrar apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O evento ocorreu na sede do sindicato, na região central da cidade.

Segundo o Barão de Itararé, a liberdade de expressão sofreu um ataque quando o Grupo Globo notificou extrajudicialmente blogueiros e jornalistas de sites alternativos por publicarem matérias e artigos sobre um triplex em Paraty (RJ), que teria sido construído em área de proteção ambiental e que pertenceria à família Marinho.

A entidade disse que houve intimidação dos jornalistas que investigam o caso. Entre os veículos que publicaram matérias relacionadas, estão O Cafezinho, Tijolaço, Diário do Centro do Mundo e Rede Brasil Atual. Alguns blogueiros apontaram também as supostas ligações de integrantes da família Marinho com a Mossack Fonseca, uma empresa multinacional investigada por ser especializada em abrir off-shores.

O Grupo Globo disse, em nota, que não tomou a decisão de “interpelar na justiça” os veículos, sites ou blogs que abordaram o assunto. “Foram feitas notificações extrajudiciais, bem como foram enviadas notas de esclarecimento, para corrigir informações inverídicas publicadas por blogs e sites sem a consulta ou pedido de esclarecimentos da empresa”. Além disso, a empresa disse que a casa citada não pertence e nunca pertenceu a qualquer membro da família Marinho.

Lula

O jornalista Altamiro Borges, que estava presente, estendeu a motivação do ato à condução coercitiva a que o ex-presidente Lula foi submetido na última sexta-feira, para depor no âmbito da Operação Lava Javo. Ele classificou o ocorrido como “aberração” e “um verdadeiro atentado à democracia”.

O deputado federal Paulo Pimenta (PT) também referiu-se a Lula e disse que o país assiste a um “avanço conservador” e que não reconhece a legitimidade da Lava Jato e nem do juiz Sérgio Moro. Pimenta avalia que o ato tem um significado muito importante. “Não é hora para tratar das nossas divergências, agora é hora de uma união democrática”.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Paulo Zocchi, disse que o Brasil vive um momento bastante grave. Segundo ele, o ato vem em defesa dos jornalistas, do jornalismo e da democracia, além de defender a democratização dos meios de comunicação.

Zocchi citou ainda a carta de posicionamento do sindicato, divulgada na sexta-feira, em que a entidade afirmou que “não há e não houve qualquer explicação plausível para tal medida [condução coercitiva de Lula], visto que o ex-presidente já compareceu em outras ocasiões para depor quando chamado pela Justiça. A medida é de uma violência desmedida, e indica uma grave ameaça à democracia em nosso país”.

A carta trata também das agressões sofridas por jornalistas na sexta-feira. “Registramos ainda que, durante os acontecimentos de hoje, uma equipe da TV Bandeirantes e jornalistas da TV Globo foram agredidos por manifestantes”.

A posição do sindicato diante da situação é de respeito ao “direito legítimo de os movimentos sociais e manifestantes protestarem contra empresas jornalísticas, mas exigimos o respeito ao trabalho e à integridade dos jornalistas, que são trabalhadores assalariados e não podem ser responsabilizados pela linha editorial de seus empregadores”.

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