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Ato contra Trump na Rua 25 de Março tem ‘Bolsonaro preso’, gritos contra o tarifaço e defesa do Pix

Manifestação reuniu pessoas que utilizaram máscaras satíricas do presidente americano e do ex-presidente brasileiro, alvo de operação da Polícia Federal nesta sexta-feira

Agência o Globo
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Publicado em 18 de julho de 2025 às 12h06.

Última atualização em 18 de julho de 2025 às 12h09.

Os comerciantes da Rua 25 de Março e arredores, no Centro de São Paulo, realizam nesta sexta-feira, 18, uma manifestação em defesa “dos empregos, do comércio, do Pix e da soberania nacional”. O ato tem pessoas vestidas de Jair Bolsonaro (PL) preso ao lado de Donald Trump, máscaras satíricas do presidente americano e gritos de “Trump, não nos estressa porque emprego é o que interessa”.

O ato começou por volta das 10h30 e foi uma resposta a uma investigação aberta pelo governo Donald Trump, dos Estados Unidos, contra o Brasil.

Na terça, o Escritório do Representante do Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês) abriu uma investigação comercial contra o Brasil que cita de Pix a redes sociais, passando por desmatamento ilegal a práticas de corrupção. O documento cita a Rua 25 de Março como um local de venda de produtos pirateados e falsificados, além de falta de proteção de direitos de propriedade intelectual.

No trio, que circulou pela principal rua de comércio popular do país, falaram representantes do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, que organizou a manifestação, do Sindicato dos Metalúrgicos, da União Geral dos Trabalhadores (UGT), entre outras.

Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Comerciários, afirmou que a questão da pirataria “não pode ser colocada para baixo do tapete e precisa ser resolvida”, mas que o ato foi feito para “proteger empregos”.

"São mais de 5 mil empregos e nós vamos lutar por eles. Não podemos permitir que a ingerência de outro país possa afetar a rua mais relevante e emblemática do nosso país de comércio popular", disse.

"Nós não somos a favor da pirataria e não defendemos, mas tem pirataria lá também, que ele vá cuidar da sua pirataria".

Nos discursos, as críticas foram direcionadas a Trump, mas a figura do ex-presidente Jair Bolsonaro também não foi negligenciada e ele foi acusado de “conspirar contra a soberania nacional”. O presidente da Central dos Trabalhadores Brasileiros (CTB), Ubiraci Dantas, também citou a operação da Polícia Federal desta sexta-feira contra o ex-presidente, que terá que usar tornozeleira eletrônica após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Derrotar o Trump virou uma questão de honra para o Brasil, deve haver a soberania nacional. E junto com ele vai aquele que é o traidor número 1 da pátria, que é o Bolsonaro, ladrão, que daqui a pouco vai ser preso, a polícia botou tornozeleira eletrônica nele, para que ele não fuja do país", falou.

Houve também gritos elogiosos ao presidente Lula: “Ô Trump almofadinha, o Lula vai botar você na linha”, dizia um dos cânticos gritados pelas cerca de 100 pessoas que participaram da caminhada.

Mas as críticas a Trump e a Bolsonaro não são unanimidade na rua. Durante o protesto, houve uma breve discussão entre um manifestante e um vendedor ambulante, que gritou que as pessoas “estão sendo enganadas por um discurso”. O comerciante, que se identificou apenas como Ronaldo, está na Rua 25 de Março há dez anos e culpa Lula pela “falta de diálogo”.

"Isso vai afetar meu negócio, mas a culpa é de quem? A parcela maior de culpa é o governo Lula, esse governo corrupto que só quer roubar para eles. Se tivesse uma boa conversa, o Trump não ia taxar o Brasil, mas o Lula quer confrontar o mais forte. É o mico querendo combater o gorila", disse.

Ao fim do ato, alguns manifestantes soltaram gritos como "ô Bolsonaro, preste atenção, a Papuda já tem o seu colchão", enquanto tiravam selfies ao lado de um homem com uma máscara do ex-presidente e uma roupa de presidiário.

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