Brasil

Maior violência está ligada a indicadores sociais piores, diz Atlas

De acordo com o documento, somente 2,2% dos municípios brasileiros concentram metade das mortes violentas do País

O município mais violento é Queimados (RJ), com a pior taxa do País, 134,9 (Rodrigo Soldon/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

O município mais violento é Queimados (RJ), com a pior taxa do País, 134,9 (Rodrigo Soldon/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de junho de 2018 às 10h17.

Última atualização em 16 de junho de 2018 às 10h17.

Rio - A violência no Brasil é extremamente concentrada em algumas regiões e municípios, sobretudo naqueles que têm os piores indicadores sociais, mostrando que o combate ao problema pode ser menos complicado do que parece.

Esta é a principal conclusão do Atlas da Violência 2018 - Políticas Públicas e Retratos dos Municípios Brasileiros, divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). De acordo com o documento, somente 2,2% dos municípios brasileiros concentram metade das mortes violentas do País.

Entre os dez municípios mais violentos, quatro estão na Bahia e dois, na Baixada Fluminense, no Rio. O município mais violento é Queimados (RJ), com a pior taxa do País, 134,9 (contra taxa média de 38,6). O local é seguido por Eunápolis (BA), Simões Filho (BA), Porto Seguro (BA), Lauro de Freitas (BA), Japeri (RJ), Maracanaú (CE), Altamira (PA), Camaçari (BA) e Almirante Tamandaré (PR).

O Atlas fez um mapeamento das mortes violentas dos municípios brasileiros com população acima de 100 mil em 2016, com base nos dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. "Fica claro que, com planejamento e políticas focalizadas territorialmente, é possível mudar a realidade dessas comunidades, com grande impacto nas condições de segurança pública das cidades e mesmo do Brasil", diz o relatório.

O mapeamento das mortes violentas foi comparado a dez indicadores sociais, como acesso à educação, renda per capita, emprego e gravidez na adolescência. O estudo mostra que, quanto melhores são os indicadores, menores são as taxas de violência. "Vivemos em uma era de pessimismo e, muitas vezes, o medo nos impele a pensar saídas desesperadas, saídas que a gente sabe que não funcionam, como combater a violência com mais violência", diz o pesquisador do Ipea Daniel Cerqueira, um dos coordenadores do Atlas. "Várias cidades do mundo conseguiram reduzir a violência e há dois pilares centrais para isso: um sistema de segurança pública com base mais na inteligência e na investigação, e investimento na prevenção social."

Do outro lado. A cidade menos violenta do País fica em Santa Catarina. Trata-se de Brusque, que tem uma taxa de violência letal de 4,8 (ante média nacional de 38,6). Na sequência estão Atibaia (SP, com taxa de 5,1), seguida de Jaraguá do Sul (SC, com 5,4), Tatuí (SP, com 5,9), Varginha (MG, com 6,7), Jaú (SP, com 6,9), Lavras (MG, com 6,9), Botucatu (SP, com 7,1), Indaiatuba (SP, com 7,2) e Limeira (SP, com 7,4). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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