Sara Winter: militante bolsonarista foi presa em investigação que apura financiamento do grupo "300 do Brasil" (Reprodução/Reprodução)
Reuters
Publicado em 15 de junho de 2020 às 09h10.
Última atualização em 16 de junho de 2020 às 08h24.
A militante bolsonarista Sara Winter foi presa preventivamente na manhã desta segunda-feira, 15, no âmbito de um inquérito que apura a realização de atos contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.
A prisão da ativista, que lidera um grupo de inspiração militar que apoia o presidente Jair Bolsonaro, chamado "300 do Brasil", acontece depois de, no fim de semana, este grupo ter lançado fogos de artifício contra o prédio do STF em Brasília.
Imagens do ataque foram divulgadas em redes sociais e levaram o procurador-geral da República, Augusto Aras, a abrir uma investigação atendendo a pedido do presidente do STF, Dias Toffoli.
A ativista teve o pedido decretado dentro do inquérito que investiga o financiamento de manifestações antidemocráticas. Outros cinco pedidos de prisão foram feitos, também de membros do grupo 300 pelo Brasil. Todos os mandados foram apresentados na última sexta-feira, 12, e são temporários, ou seja, têm duração de cinco dias.
De acordo com nota divulgada pelo Ministério Público Federal, há indícios de que o grupo continua organizando e captando recursos financeiros para ações que se enquadram na Lei de Segurança Nacional. O objetivo das prisões, diz o órgão, é ouvir os investigados e reunir informações de como funciona o suposto esquema criminoso.
Sara Winter já havia sido alvo de um mandado de busca e apreensão no âmbito de um outro inquérito, aberto por iniciativa do STF, que investiga a elaboração e disseminação de fake news e ataques e ameaças contra ministros da corte. As duas investigações acontecem paralelamente.
Bolsonaro participou de algumas das manifestações com cartazes contra o STF e o Congresso, investigadas pelo STF, e chegou a discursar em uma delas que foi realizada em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília.