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Atividade econômica ainda tende a desacelerar, diz a FGV

Segundo fundação, queda na confiança dos empresários do comércio no mês de abril mostra que a fase de desaceleração da atividade continua no médio prazo


	Consumidora caminha diante de loja de roupas no comércio do Rio de Janeiro: onfiança do comércio recuou 3,1% no primeiro trimestre do ano
 (REUTERS/Sergio Moraes)

Consumidora caminha diante de loja de roupas no comércio do Rio de Janeiro: onfiança do comércio recuou 3,1% no primeiro trimestre do ano (REUTERS/Sergio Moraes)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2014 às 14h07.

Rio - A queda na confiança dos empresários do comércio no mês de abril mostra que a fase de desaceleração da atividade continua no médio prazo, avaliou o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da Fundação Getulio Vargas (FGV), Aloisio Campelo.

"A economia já não está no mesmo ritmo, por fatores internos e externos. O comércio, principalmente os setores que dependem de financiamento, passam por uma fase de desaceleração para uma taxa de equilíbrio que ainda não sabemos qual é", afirmou, acrescentando que a atividade ainda pode mostrar perdas mais intensas do que as estimadas no vigor de crescimento.

No trimestre encerrado em abril, a confiança do comércio recuou 3,1% em relação a igual período de 2013. Diante de uma série ainda curta, a FGV ainda não divulga, oficialmente, dados livres de influência sazonal. Mas, segundo o superintendente, um ajuste experimental (ainda sujeito a alterações) apontou queda de 1,8% em abril ante março.

Segundo Campelo, apesar de uma melhora no início deste ano no índice de volume de vendas, apurado na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a atividade deve voltar a desacelerar. "O comércio deve crescer de novo entre 4% e 5% neste ano", disse. A indicação antecipada pelos níveis de confiança é puxada principalmente pelo pessimismo em setores como atacado e automobilístico.

"Este ano reservou uma maré de azar para o setor de veículos", disse Campelo, citando a alta de juros, a recomposição parcial do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a desaceleração no consumo e a crise na Argentina, que afetou exportações. O índice de confiança entre os empresários do setor de veículos caiu 16,7% no trimestre findo em abril em relação a igual período do ano passado.

A despeito das condições econômicas menos favoráveis, os móveis e eletrodomésticos são os únicos, na parte de duráveis, a registrar confiança favorável. A alta é de 8,3% no trimestre até abril em relação a igual período de 2013. O segmento também inclui eletroeletrônicos, como os televisores. "Esse segmento deu um sinal favorável com o Minha Casa Melhor. Agora, a gente percebe que a Copa mantém o setor ainda um pouco aquecido", avaliou o superintendente.

Tanto a percepção das empresas sobre a situação atual quanto as expectativas mostraram deterioração em abril. Além disso, fatores ligados a desaquecimento do mercado são os principais listados pelos informantes como limitações à melhora dos negócios. A demanda insuficiente foi citada por 20,4% das empresas, enquanto o custo financeiro apareceu em 11,4% das respostas.

O custo da mão de obra, considerado um fator indicativo de mercado aquecido, também atuou como limitador em 14,9% dos casos. Todos os porcentuais são os maiores para o mês de abril desde 2010, ano em que a série foi iniciada. "O empresário brasileiro está bem menos otimista do que no passado", observou Campelo.

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