Brasil

Em atestado de Cosenza à CPI não constava doença

No atestado assinado pelo médico José Eduardo Couto de Castro, com data de ontem, estava escrito apenas que o paciente teve "intercorrências clínicas"


	Vital do Rêgo: ele afirmou que acolheria sugestão de investigar episódio como "notícia-crime"
 (Lia de Paula/Agência Senado)

Vital do Rêgo: ele afirmou que acolheria sugestão de investigar episódio como "notícia-crime" (Lia de Paula/Agência Senado)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2014 às 15h08.

Brasília - O atestado médico do diretor da Petrobras José Carlos Cosenza entregue à CPI mista da estatal teve a doença "acrescentada".

No documento original, que foi protocolado na comissão às 9h30, não constava a doença que justificava a ausência de Cosenza de comparecer para depor esta tarde.

No atestado assinado pelo médico José Eduardo Couto de Castro, com data de ontem, estava escrito apenas que o paciente teve "intercorrências clínicas" que justificaram o afastamento dele por 48 horas.

No início da reunião da CPI, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), disse que Cosenza teve uma "hipertensão arterial primária".

No mesmo atestado médico que consta da página eletrônica da CPI mista, contudo, foi acrescentado à caneta a Classificação Internacional de Doenças (CID), padronização de enfermidades feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ao atestado, foi acrescentado o CID 10: F418, que se refere a "hipertensão essencial primária" com "outros transtornos ansiosos especificados".

Autor do requerimento de convocação de Consenza, o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), foi o primeiro a questionar a ausência do CID no documento original.

"Está muito estranho esse jogo mostrado pelo Palácio do Planalto", afirmou o parlamentar do PPS.

Em resposta a Bueno, o presidente da CPI disse inicialmente que foi feita uma complementação do documento, com a colocação do CID.

Em seguida, o líder do PPS disse que o atestado médico foi "adulterado" e cobrou a investigação do caso.

O líder do Solidariedade, Fernando Franceschini (PR), defendeu a abertura de inquérito para apurar o caso.

Para ele, há um trabalho político-eleitoral para evitar novos escândalos.

Pressionado pelos oposicionistas, Vital do Rêgo afirmou que acolheria a sugestão de investigar o episódio como uma "notícia-crime" e vai determinar a apuração da suposta adulteração.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) afirma que, legalmente, não há a obrigação de se colocar o CID.

A oposição defende a remarcação do depoimento de Cosenza para esta sexta-feira, prazo que encerraria a validade do atestado médico do atual diretor.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEstatais brasileirasEmpresas estataisPetrobrasCapitalização da PetrobrasPetróleoGás e combustíveisIndústria do petróleoOposição políticaGovernoIrregularidades

Mais de Brasil

Hugo Motta diz que Câmara vota IR na quarta mesmo sem acordo sobre anistia

Governo prevê repasse para universidades e agências federais 53% menor em 2026 do que em 2014

Ibama aprova simulação da Petrobras na Margem Equatorial, último passo para licença de exploração

Lula diz que reunião com Trump ocorrerá 'o mais rápido possível e vai correr bem'