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Até agora, Eduardo é o único do clã Bolsonaro que não está no alvo do MP

Além de ex-assessores do presidente, as investigações contra Flávio atingem ainda dois servidores do vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC)

Família Bolsonaro: apenas o deputado federal Eduardo não teve nenhum envolvimento (Rafael Carvalho/Governo de Transição/Divulgação)

Família Bolsonaro: apenas o deputado federal Eduardo não teve nenhum envolvimento (Rafael Carvalho/Governo de Transição/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de maio de 2019 às 14h50.

São Paulo — Ao quebrar o sigilo fiscal e bancário de todos os ex-funcionários do gabinete do hoje senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), a Justiça fluminense acabou atingindo outros políticos da família Bolsonaro.

Além dos oito ex-assessores do presidente Jair Bolsonaro que estão na mira da investigação por causa de Flávio, dois servidores que passaram pelo gabinete do vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC) também tiveram a quebra de sigilo decretada.

Por enquanto, apenas o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que foi eleito por São Paulo, não teve nenhum envolvimento com as investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro.

Ligados ao ex-policial militar Fabrício Queiroz, pivô do caso Coaf, Márcio da Silva Gerbatim e Claudionor Gerbatim de Lima já estiveram lotados nos gabinetes dos dois irmãos que atuaram nos Legislativos estadual e municipal do Rio.

A quebra de sigilo investiga um suposto caso de "rachadinha", prática por meio da qual funcionários devolvem parte do salário para o parlamentar que os nomeou, e lavagem de dinheiro no gabinete do ex-deputado estadual Flávio Bolsonaro na Alerj, entre 2007 e 2018.

Ex-marido da atual mulher de Queiroz e pai da sua enteada, Márcio da Silva Gerbatim foi empregado pela primeira vez no gabinete de Carlos, onde ficou entre abril de 2008 e abril de 2010.

Após os dois anos de serviço na Câmara Municipal, foi exonerado por Carlos e nomeado por Flávio na Alerj como assessor-adjunto, cargo que exerceu até maio de 2011.

Já Claudionor é sobrinho da mulher de Queiroz e fez o caminho inverso ao de Márcio: trocou a Alerj pela Câmara dos Vereadores. Ele é pai de Evelyn Mayara de Aguiar Gerbatim, outra enteada de Queiroz, que esteve lotada no gabinete de Flávio na Alerj de agosto de 2017 até fevereiro deste ano.

Em reportagem publicada nesta quinta-feira (16), o Estado mostrou que a prática de trocar de funcionários é comum na família Bolsonaro, que já ocupou todos os níveis do poder Legislativo: federal, estadual e municipal.

Ao todo, 30 pessoas já passaram por mais de um gabinete do clã, sendo 28 deles pelo do pai e de um dos filhos. Desses 30, os únicos dois que não passaram pelo gabinete de Jair Bolsonaro foram Márcio da Silva Gerbatim e Claudionor Gerbatim de Lima.

Em abril, Carlos Bolsonaro negou, por meio da assessoria de imprensa, que Fabrício Queiroz tenha tido influência em seu gabinete na Câmara Municipal, onde ele é vereador desde 2001.

Segundo o parlamentar, Márcio Gerbatim foi nomeado no gabinete "face sua experiência na função de motorista e não por indicações" e que "nunca nenhum parente de Fabrício Queiroz foi nomeado neste gabinete".

A assessoria também respondeu que o vereador não sabia que Gerbatim era ex-marido da mulher de Queiroz e que só tomou conhecimento da relação por meio da imprensa em 2018.

"Ressalto que em época de campanha várias pessoas são contratadas, algumas se destacam e são posteriormente aproveitadas no gabinete. Foi o caso", afirmou por e-mail.

A reportagem tentou contato com Carlos Bolsonaro por meio do telefone do gabinete dele e por e-mail, mas não obteve retorno até o momento. Márcio Gerbatim e Claudionor Gerbatim de Lima não foram localizados.

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