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Ataques a defensores de direitos humanos no Brasil sobem, diz ONU

Como o caso mais alarmante no Brasil, comissionado mencionou o assassinato no Mato Grosso de nove membros do MTST

Tiroteio: Polícia descartou hipótese de terrorismo (George Frey/Bloomberg)

Tiroteio: Polícia descartou hipótese de terrorismo (George Frey/Bloomberg)

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EFE

Publicado em 1 de maio de 2017 às 10h59.

Genebra - O alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al Husein, confirmou nesta segunda-feira o aumento de ataques contra defensores dos direitos humanos no Brasil, em particular dos que lutam pela terra e seus recursos.

"O governo deve fazer mais para lutar contra a impunidade que parece existir de crimes violentos contra os que defendem os direitos humanos", disse Zeid em coletiva de imprensa em Genebra, durante a qual repassou as situações mais preocupantes dos direitos humanos no mundo.

Como o caso mais alarmante no Brasil, mencionou o assassinato no Mato Grosso de nove membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST) em 20 de abril.

"Não há dados oficiais sobre estes assassinatos, mas os que recebemos indicam que 61 ativistas foram assassinados em 2016", acrescentou o alto comissionado.

A informação recolhida pela ONU aponta que o Pará é o estado mais violento do Brasil para os ativistas e que os ataques que sofrem ocorrem normalmente por disputas pela terra.

Zeid disse que por essa razão foi bem recebida por seu escritório a proposta das autoridades do Pará "para criar um programa de proteção de defensores dos direitos humanos" e pediu que este comece a funcionar em breve.

Em relação aos escândalos de corrupção que levaram o Brasil a uma profunda crise política, Zeid comentou que a corrupção implica o não cumprimento por parte dos entes estatais de suas obrigações diante da população, particularmente quanto à provisão de serviços e ajuda aos mais necessitados.

"Isto é corrosivo desde a perspetiva dos direitos humanos", analisou o especialista da ONU.

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