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Associação de procuradores sai em defesa de Dallagnol

Os advogados de Lula acionaram Dallagnol na Justiça por conta de entrevista coletiva da força-tarefa da Lava Jato para apresentar denúncia contra Lula

Dallagnol: o procurador também classificou Lula de "maestro" e "grande general" do esquema de corrupção na estatal (Vladimir Platonow/ Agência Brasil)

Dallagnol: o procurador também classificou Lula de "maestro" e "grande general" do esquema de corrupção na estatal (Vladimir Platonow/ Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 16 de dezembro de 2016 às 16h01.

São Paulo- A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) saiu nesta sexta-feira em defesa do coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, alvo de um processo judicial movido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que pede o pagamento de uma indenização de 1 milhão de reais, e acusou o ex-presidente de tentar amordaçar o Ministério Público.

"O direito de petição é livre e as estratégias de defesa estão abertas a qualquer um, mas a mesma Justiça que presentemente julga o ex-presidente Lula - inclusive pelos fatos noticiados na referida entrevista - saberá com certeza reconhecer e rechaçar o que consiste em mal disfarçada intenção de inibir e retaliar a ação de membros do Ministério Público", afirma a nota assinada pelo presidente da ANPR, José Robalinho Cavalcanti.

"A ação visa também amordaçar o Ministério Público e outros agentes do estado que legitimamente explicaram sua atuação à opinião pública, prestando esclarecimentos sobre fatos que não estão cobertos por sigilo", acrescentou.

Os advogados de Lula acionaram Dallagnol na Justiça por conta de entrevista coletiva concedida pela força-tarefa da Lava Jato, que investiga um bilionário esquema de corrupção na Petrobras, para apresentar denúncia contra Lula pelo suposto recebimento de propina da construtora OAS na forma de um apartamento triplex no Guarujá, litoral de São Paulo, e no pagamento de despesas de armazenagem de bens pessoais do ex-presidente.

Na ocasião, Dallagnol apresentou aos jornalistas um gráfico que tinha o nome de Lula no centro e uma série de acusações em volta e apontando para o nome do ex-presidente.

O procurador também classificou Lula de "maestro" e "grande general" do esquema de corrupção na estatal.

A denúncia foi posteriormente aceita pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância.

Os advogados de Lula negam todas as acusações e afirmam que o ex-presidente é alvo de perseguição política.

"O Ministério Público é um só, e o ataque pessoal a um de seus membros apenas acentua esta unidade. O procurador da República Deltan Dallagnol tem o respeito e o apoio de seus colegas de Ministério Público Federal ao conduzir-se de forma profissional e competente, nas investigações da Lava Jato", afirmou Robalinho.

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