Brasil

Mega-assalto no Paraguai sinaliza controle do PCC na fronteira

O território que se inicia no marco das Três Fronteiras e termina próximo da cidade de Bahia Blanca é a porta de entrada para armas, drogas e contrabando

Paraguai: as bases do PCC, antes concentradas em Ciudad del Este e Foz do Iguaçu, foram estendidas a Salto del Guaíra, na fronteira com Guaíra, no Paraná, e Pedro Juan Caballero, vizinha de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul (Francisco Espinola/Reuters)

Paraguai: as bases do PCC, antes concentradas em Ciudad del Este e Foz do Iguaçu, foram estendidas a Salto del Guaíra, na fronteira com Guaíra, no Paraná, e Pedro Juan Caballero, vizinha de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul (Francisco Espinola/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de abril de 2017 às 18h56.

Última atualização em 24 de abril de 2017 às 22h03.

Sorocaba - O assalto cinematográfico à base da Prosegur em Ciudad Del Este, na madrugada desta segunda-feira, 24, pode indicar que o Primeiro Comando da Capital (PCC) assumiu o poder na linha de fronteira entre Brasil e Paraguai.

O vasto território que se inicia no marco das Três Fronteiras, em Foz do Iguaçu, e termina próximo da cidade paraguaia de Bahia Blanca, na tríplice fronteira com a Bolívia, em uma extensão de 1.365 quilômetros, é a porta de entrada para armas, drogas e contrabando.

Em algum ponto, próximo ao lago da Hidrelétrica de Itaipu, a fronteira foi cruzada de barco pelo bando que assaltou em Ciudad del Este e fugiu para o Brasil.

O assassinato de Jorge Rafaat Toumani, em uma emboscada em Pedro Juan Caballero, em junho de 2016, abriu o caminho para a organização criminosa assumir o controle das operações na fronteira.

Rafaat agia por conta própria e estabelecia o preço da droga - cocaína e maconha - a ser fornecida para as duas principais facções brasileiras ligadas ao tráfico: o PCC e o Comando Vermelho (CV). Isso desagradava os traficantes.

Conforme a Secretaria Nacional Anti-Drogas (Senad) do Paraguai, ao bancar a execução do "rei da fronteira", a facção paulista se credenciou para assumir as principais posições ao longo da linha internacional.

As bases do PCC, antes concentradas em Ciudad del Este e Foz do Iguaçu, foram estendidas a Salto del Guaíra, na fronteira com Guaíra, no Paraná, e Pedro Juan Caballero, vizinha de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul.

Depois da morte de Rafaat, as polícias brasileiras e paraguaia registraram ao menos 38 execuções ao longo da fronteira, em um processo de eliminação dos supostos colaboradores do regime anterior.

"Com a estrutura montada, o passo seguinte é mostrar força e marcar território, além de reforçar o caixa.

Podem acontecer novas ataques no Paraguai ou na Bolívia", alertou Edgar Almada, diretor Antidrogas da Senad.

 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaParaguaiPCC

Mais de Brasil

Ministério da Gestão convoca reunião para discutir publicidade de convênios do governo federal

'Não vamos tolerar excessos', diz Tarcísio, após casos de violência da PM

Câmara instala comissão para analisar projeto que regulamenta Inteligência Artificial no Brasil

Cleitinho diz que errou ao pedir mensagem da influenciadora Virgínia para a filha