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As perguntas que ficaram sem respostas na festa da embaixada dos EUA

Festa da independência dos Estados Unidos na quarta-feira, 3, teve discurso do presidente Jair Bolsonaro, fogos de artifício e os dois hinos cantados

Presidente da República, Jair Bolsonaro e primeira-dama, Michelle Bolsonaro, durante coquetel em comemoração aos 243 anos da independência dos Estados Unidos (Carolina Antunes/PR/Reprodução)

Presidente da República, Jair Bolsonaro e primeira-dama, Michelle Bolsonaro, durante coquetel em comemoração aos 243 anos da independência dos Estados Unidos (Carolina Antunes/PR/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de julho de 2019 às 08h19.

Última atualização em 5 de julho de 2019 às 08h24.

A festa da independência dos Estados Unidos na embaixada americana, na quarta-feira, 3, teve discurso do presidente Jair Bolsonaro, fogos de artifício, os dois hinos cantados nas respectivas línguas por um coral de várias nacionalidades. Foi uma das festas mais concorridas e alegres dos últimos tempos para comemorar a data em Brasília, acompanhando o momento de forte aproximação entre os dois países.

Festa à parte, três perguntas circulavam pelos diferentes grupos distribuídos pelos gramados da embaixada, entre mesinhas de hambúrgueres e cachorros-quentes, por exemplo. A primeira: quando, afinal, os EUA vão definir um novo embaixador para Brasília? O cargo está vago desde o ano passado. A segunda: qual será o novo embaixador do Brasil em Washington, prometido há meses por Bolsonaro? A terceira: Donald Trump vem mesmo à América do Sul neste ano, como previu Bolsonaro no discurso?

Nenhuma dessas perguntas encontrou respostas afirmativas, nem entre os anfitriões americanos, à frente o encarregado de Negócios, William Popp, nem entre os convivas brasileiros, como o chanceler Ernesto Araújo, um dos ministros presentes. Por via das dúvidas, o consultor Murillo de Aragão, considerado candidato do vice-presidente Hamilton Mourão para a embaixada em Washington, marcou presença na festa. Mas todos ali "achavam" que o candidato mais forte é o diplomata Nestor Forster, recém-promovido a embaixador.

Bem-humorado, mais falante do que habitualmente, o ministro da Justiça, Sergio Moro, já esteve duas vezes nos Estados Unidos nesses seis meses de governo para discutir programas de cooperação na área de combate ao crime organizado. Cumprimentado pelo seu desempenho no depoimento na Câmara, na véspera, ele até brincou.

O depoimento acabou bruscamente quando o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) provocou o ministro, dizendo que ele era um "juiz ladrão". Na festa da embaixada, quando lhe perguntaram, de brincadeira, se ele fizera um acordo com Braga para acabar a sessão a tempo do jogo Brasil x Argentina, Moro riu: "Não sou tão maquiavélico". E acrescentou: "Mas muitos queriam mesmo acabar logo, até da oposição".

Outras estrelas da festa foram a primeira-dama Michelle, de pretinho discreto, e o astronauta Marcos Pontes, ministro de Ciência e Tecnologia, mas Ernesto Araújo estava bem à vontade e foi cumprimentado efusivamente pelo embaixador da Alemanha, Georg Witschel. Os dois estiveram juntos em Bruxelas, no fechamento do acordo Mercosul-União Europeia, semana passada. "Foi nossa reunião mais animada", comentou Witschel. Araújo concordou: "Estávamos todos realmente muito felizes".

'Viés ideológico'

Todos felizes, também, com a intensa aproximação entre Brasil e Estados Unidos. Em seu discurso, no qual se referiu informalmente ao presidente americano apenas como "Donald Trump", Bolsonaro disse que o convidou a vir à América do Sul ainda neste ano, informação que ninguém confirmou na festa.

"O nosso governo veio para deixar de lado o viés ideológico. Veio se aproximar de países com ideologias semelhantes em busca de dias melhores", afirmou Bolsonaro, deixando mais uma dúvida no ar: será que isso é realmente "deixar de lado o viés ideológico"?. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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