São Paulo - A semana que começou cm uma vitória anunciada para o governo, com a aprovação de Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal (STF), termina com o presidente Michel Temer pressionado por todos os lados.
Em apenas dois dias, ele comprou uma briga com uma ala importante do PMDB ao indicar o deputado Osmar Serraglio para o Ministério da Justiça, ganhou uma baixa em sua equipe ministerial com a demissão do tucano José Serra e teve que encarar a acusação de que seu ex-assessor e amigo José Yunes teria servido de mula para Eliseu Padilha, o agora ministro licenciado da Casa Civil.
Tudo isso acontece nas vésperas de semanas decisivas para o governo, que quer apressar a aprovação da Reforma da Previdência no Congresso e, provavelmente, terá que lidar em breve com uma eventual quebra de sigilo das delações dos executivos da Odebrecht.
Posso garantir a V. Exªs que, se aprovado for, atuarei com absoluta independência e absoluta imparcialidade. Não digo isso só da boca para fora."
Alexandre de Moraes, durante sabatina no Senado. em 21/01
A Lava Jato é uma conquista nacional. É e seguirá intocável"
Osmar Serraglio, novo ministro da Justiça. Em 24/02 para EXAME.com
Está tudo mal com o governo. Decidi deixar a base do governo, porque Temer não tem olhado para Minas Gerais. Estamos sendo preteridos pelo presidente."
Fábio Ramalho (PMDB-MG), vice-presidente da Câmara. Em 23/02 para EXAME.com
Venho solicitar minha exoneração do cargo de Ministro de Estado das Relações Exteriores. Faço-o com tristeza, mas em razão de problemas de saúde que são do conhecimento de Vossa Excelência, os quais me impedem de manter o ritmo de viagens internacionais inerentes à função de Chanceler."
José Serra (PSDB-SP), senador e ex-ministro das Relações Exteriores
O Padilha me ligou e me perguntou se eu poderia receber um documento que depois seria pego por outra pessoa. Eu disse que não teria problema."
José Yunes, ex-assessor especial da Presidência da República
Estou fazendo o que o Lula nunca fez: trabalhar."
João Doria, prefeito de São Paulo. Em 19/02
Atividade política, nunca vou deixar de fazer (...) Eu não afasto a possibilidade de eu me candidatar para esse tipo de cargo: senadora, deputada, esses cargos"
Dilma Rousseff, ex-presidente da República. Em 18/02 para a agência AFP