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As dúvidas em torno de Renan

Esta terça-feira é mais um daqueles dias de total instabilidade política em Brasília. A certeza número 1: às 11h, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) será oficialmente notificado que foi removido da presidência da Casa por meio de uma liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello, com base em uma ação protocolada em julho pela […]

RENAN CALHEIROS: como fica o governo com sua saída repentina da presidência do Senado? / Gilmar Félix / Câmara dos Deputados (Gilmar Félix/Agência Câmara)

RENAN CALHEIROS: como fica o governo com sua saída repentina da presidência do Senado? / Gilmar Félix / Câmara dos Deputados (Gilmar Félix/Agência Câmara)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 05h41.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h57.

Esta terça-feira é mais um daqueles dias de total instabilidade política em Brasília. A certeza número 1: às 11h, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) será oficialmente notificado que foi removido da presidência da Casa por meio de uma liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello, com base em uma ação protocolada em julho pela Rede Sustentabilidade que questiona a presença de réus na linha sucessória da presidência. Renan tornou-se réu no Supremo na última quinta-feira (1º), acusado de peculato ao ter contas pessoais pagas pela empreiteira Mendes Júnior em troca de favorecimento político.

A certeza número 2: sem Renan, quem é assume é o vice-presidente Jorge Viana (PT-AC). A partir daí, começa uma sucessão de dúvidas, especulações e negociações. A primeira: quando o Supremo vai terminar o julgamento que decide se réus podem ou não ficar na linha sucessória? O ministro Dias Toffoli pediu vistas. Na teoria, a corte volta a se reunir amanhã, mas há quem fale que a decisão pode até ser antecipada para hoje.

 

E no Congresso? A agenda da Casa pode sofrer alterações importantes. Está na pauta de hoje o projeto contra abuso de autoridade. Ontem, pelo menos 40 senadores se manifestaram contra a urgência nas discussões que vinha sendo imposta por Renan. Viana já havia se manifestado a favor da medida e, agora, levá-la adiante poderia ser uma estratégia para jogar pressão sobre Temer. Mas líderes avaliam que nada deve avançar hoje.

A maior dúvida é a PEC do teto dos gastos públicos, pautada para o dia 13, e uma das medidas mais criticadas pelo PT. O poder de Viana para bloquear sua análise é limitado. Mas a decisão de seu promulgação, que estava agendada para o dia 15, cabe exclusivamente a ele. Enfim, é cedo para análises definitivas, mas mudanças virão. “O PT tem uma oportunidade única de incomodar o governo, e pode ter certeza de que ela vai ser bem usada”, afirma Lucas de Aragão, diretor da consultoria política Arko Advice e colunista de EXAME Hoje.

 

 

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